FAMÍLIAS
E A TERNURA DO PAPA FRANCISCO
Laci Maria Araujo Alves
Paróquia Bom Pastor
Nesses dias vivenciamos momentos que marcaram a vida de muitas pessoas:
a presença do papa Francisco em terras brasileiras. Momentos de paz, de
oração e de muitos aprendizados especialmente sobre a prática do
amor. O papa mostrou com sua forma simples de ser que amar
é muito mais do que estar com o outro: é acolher indistintamente a todos.
Amar enquanto exercício para a construção de um mundo mais fraterno, no
entanto, implica em desestabilização, pois é preciso sair do comodismo,
atravessar as fronteiras do egoísmo para experimentar a alegria do encontro. E
foi a alegria do encontro que pudemos perceber durante a Jornada Mundial da
Juventude. Jovens do mundo inteiro reunidos para um encontro com Jesus, por
meio do papa Francisco. Para além das dificuldades que se apresentaram,
decorrentes da presença de tantas pessoas em um mesmo espaço, foi possível
notar que nada foi mais forte do que o desejo de “estar junto com o Papa”:
chuva, frio e até fome não desanimaram as pessoas e elas permaneceram
juntas até o final... A presença viva de Jesus no meio daquela multidão pode
ser sentida por todos os que acompanharam a jornada...
Assim deveria acontecer também em nossas famílias; no entanto, a cada
dia percebemos que as pessoas estão se distanciando, envolvidas pelos
instrumentos do capitalismo que muito rapidamente se modernizam e geram mais e
mais escravidão. Quase que inconscientemente novos equipamentos vão
ocupando espaços cada vez maiores em nossas vidas e ditando novas normas que
muitas vezes seguimos sem o menor questionamento. Em casa, por exemplo: quanto
tempo gastamos por dia na internet e no celular e quanto tempo dedicamos
às pessoas com as quais convivemos? Temos dedicado tempo para orações,
partilhas, abraço, diálogos?
É necessário rever as nossas práticas e reorganizar o nosso tempo.
Dedicar mais tempo às pessoas e menos tempo para as coisas pode ser o caminho
para recuperarmos relações afetivas e nos sentir mais felizes. Por mais difícil
que seja a convivência familiar é na família que encontramos forças para
superar os problemas cotidianos e colaborar para a construção de uma sociedade
melhor.
O papa Francisco lembrava nesses dias que é preciso investir na
acolhida, pois não existe “mãe por correspondência”; mãe é aquela que
afaga, que acolhe, que abraça, que ama... Ao citar esse
exemplo, o papa quis nos mostrar que todos nós somos chamados a agir como
“mãe”, a ir ao encontro do outro com amor e ternura como ele fez conosco
em sua visita ao Brasil. Temos necessidade de nos sentir amados e acolhidos e
nem sempre temos feito dos nossos lares um espaço de aconchego. Nessa Semana
dedicada a reflexões sobre as famílias somos convidados a voltar nossos olhares
e cuidados para nossas famílias, a recuperar a prática do abraço, do carinho,
da amizade, do diálogo, enfim, a fazer dos nossos lares um espaço de ternura,
de paz e de encontro. O papa Francisco nos revelou nesses dias que a
simplicidade, a humildade e a sabedoria são elementos imprescindíveis para que
tenhamos um mundo mais solidário, mais justo e mais fraterno e que o amor
que reinou nessa jornada mundial da juventude pode reinar todos os dias em
nossas famílias... Como dizia o papa João Paulo II: “Investir na família é
construir o futuro”. Invista em gestos de amor e de ternura em sua família...
Vale a pena!!!
Nenhum comentário:
Postar um comentário