sábado, 31 de agosto de 2013

Família: escola e santuário da fé

Família: escola e santuário da fé

 Cido, Fábio e Ronaldo
MFC- Equipe Base Sagrada Famíla


A família dever ser santuário da vida; local onde as pessoas possam partilhar suas alegrias e tristezas, seus desafios e conquistas, seus trabalhos e lutas. No entanto, percebemos que muitas famílias não vão bem porque há muita competitividade entre seus membros. No lugar da partilha, percebemos uma corrida na qual cada um quer ser o vencedor. Nesse percurso, muitos pais perdem a autoridade com seus filhos; perdem a noção de limites e, em muitos casos, os filhos querem mandar nos pais, o que gera conflitos, violência e até mortes. Nesse contexto, como transmitir uma fé que seja viva e eficaz? Através da família unida em oração, com gestos concretos de participação em grupos religiosos, acolhendo, de forma efetiva e afetiva  as novas gerações em suas dificuldades de acreditar no invisível. É preciso mostrar especialmente às crianças, adolescentes e jovens  a importância de viver em família e em comunidade de fé, por meio das celebrações, das  missas, dos  cultos, dos grupos de oração, etc., ou seja, em espaços que produzam resultados positivos do bem viver.
Especialmente nesse ano em que tivemos a Jornada Mundial da Juventude, somos convidados a acolher mais os nossos jovens, a fazer com que eles se sintam amados, pois eles são o futuro do nosso país. Somos também convocados a assumir a condição de discípulos  e discípulas missionários, a fazer visitas a outras famílias, a levar a palavra de Deus a todas as criaturas e fazer das nossas famílias verdadeiros santuários da vida humana. Acreditamos que a família deve ser um lugar onde os filhos possam aprender com os pais e os pais aprender com os filhos; onde possa reinar a paz, a harmonia e o amor que Cristo nos ensinou. Somos desafiados a ser testemunhas de fé e de família  para nossos filhos, esposo(a), amigos, parentes, vizinhos, colegas de trabalho e de escola, enfim, a levarmos o amor a todos os ambientes.
Neste século, estamos nos distanciando uns dos outros e esse individualismo imposto pela cultura do virtualismo, do domínio da máquina sobre muitas pessoas, tem gerado uma cultura de morte. É preciso recuperar o verdadeiro sentido da vida e da família; rever a organização familiar como espaço de direitos, deveres e responsabilidades. É preciso retomar o sentido da família como  santuário de fé; como espaço de amor, de acolhida, de escuta, de aceitação, de perdão. De modo particular, temos em Rondonópolis vários  grupos de casais e de famílias tanto na Igreja católica quanto em outras igrejas, dentre eles, as equipes base do M.F.C. (Movimento Familiar Cristão)  que   realizam reflexões sobre o papel da família na sociedade por meio de grupos de convivência compostos de dez a quinze famílias que, quinzenalmente, se reúnem para refletir sobre suas práticas e, a partir das experiências partilhadas, melhorar seu relacionamento familiar.
A proposta é que a família contribua, cada dia mais,  na construção  de uma sociedade de  paz... E família aqui considerada num sentido abrangente, constituída por pessoas que convivem num mesmo espaço, que partilham sonhos e dificuldades. O que se propõe é que a paz que tanto almejamos, seja iniciada  em nossos lares, por meio de pequenos gestos, de palavras de incentivo, de troca de afetos, de companheirismo, de amor e da presença de Deus. E também é  preciso muita oração.  A experiência da oração em família é uma das mais belas atitudes que podemos cultivar, pois “a família que reza unida permanece unida e irradia luz ao seu redor”( Hora da Família/2004, p. 18). Precisamos espalhar luz num mundo que insiste em permanecer nas trevas, e só conseguiremos iluminar os outros se nós também estivermos repletos de amor. Façamos de nossas famílias santuários de fé para que o mundo possa perceber a presença de Deus em cada um de nós e assim construirmos relações mais fraternas e mais solidárias em nossa sociedade.


FAMÍLIAS E A TERNURA DO PAPA FRANCISCO

FAMÍLIAS E A TERNURA DO PAPA FRANCISCO

Laci Maria Araujo Alves
Paróquia Bom Pastor 

Nesses dias vivenciamos momentos que marcaram a vida de muitas pessoas: a presença do papa Francisco em terras brasileiras. Momentos de paz, de oração  e de muitos aprendizados especialmente sobre a prática do amor. O papa mostrou com sua forma simples de ser  que amar é muito mais do que estar com o outro: é acolher indistintamente a todos.
Amar enquanto exercício para a construção de um mundo mais fraterno, no entanto, implica em desestabilização, pois é preciso sair do comodismo, atravessar as fronteiras do egoísmo para experimentar a alegria do encontro. E foi a alegria do encontro que pudemos perceber durante a Jornada Mundial da Juventude. Jovens do mundo inteiro reunidos para um encontro com Jesus, por meio do papa Francisco. Para além das dificuldades que se apresentaram, decorrentes da presença de tantas pessoas em um mesmo espaço, foi possível notar que nada foi mais forte do que o desejo de “estar junto com o Papa”:  chuva, frio e até fome não desanimaram as pessoas e elas permaneceram juntas até o final... A presença viva de Jesus no meio daquela multidão pode ser sentida por todos os que acompanharam a jornada...
Assim deveria acontecer também em nossas famílias; no entanto, a cada dia percebemos que as pessoas estão se distanciando, envolvidas pelos instrumentos do capitalismo que muito rapidamente se modernizam e geram mais e mais escravidão. Quase que inconscientemente  novos equipamentos vão ocupando espaços cada vez maiores em nossas vidas e ditando novas normas que muitas vezes seguimos sem o menor questionamento. Em casa, por exemplo: quanto tempo gastamos por dia na internet e no celular e quanto tempo  dedicamos às pessoas com as quais convivemos? Temos dedicado tempo para orações, partilhas, abraço, diálogos?
É necessário rever as nossas práticas e reorganizar o nosso tempo. Dedicar mais tempo às pessoas e menos tempo para as coisas pode ser o caminho para recuperarmos relações afetivas e nos sentir mais felizes. Por mais difícil que seja a convivência familiar é na  família que encontramos forças para superar os problemas cotidianos e colaborar para a construção de uma sociedade melhor.
O papa Francisco lembrava nesses dias que é preciso investir na acolhida, pois não existe “mãe por correspondência”; mãe é aquela que  afaga, que  acolhe, que abraça, que ama...  Ao citar esse exemplo, o papa quis nos mostrar que todos nós somos chamados a agir como “mãe”,  a ir ao encontro do outro com amor e ternura como ele fez conosco em sua visita ao Brasil. Temos necessidade de nos sentir amados e acolhidos e nem sempre temos feito dos nossos lares um espaço de aconchego. Nessa Semana dedicada a reflexões sobre as famílias somos convidados a voltar nossos olhares e cuidados para nossas famílias, a recuperar a prática do abraço, do carinho, da amizade, do diálogo, enfim, a fazer dos nossos lares um espaço de ternura,  de paz e de encontro. O papa Francisco nos revelou nesses dias que a simplicidade, a humildade e a sabedoria são elementos imprescindíveis para que tenhamos um mundo mais solidário, mais justo e  mais fraterno e que o amor que reinou nessa jornada mundial da juventude pode reinar todos os dias em nossas famílias... Como dizia o papa João Paulo II: “Investir na família é construir o futuro”. Invista em gestos de amor e de ternura em sua família... Vale a pena!!!