sábado, 21 de setembro de 2013

EDUCAÇÃO DOS FILHOS

EDUCAÇÃO DOS FILHOS

Equipe de Legitimação de casais


       
No Brasil atualmente/  tanta coisa tem mudado/  muitas famílias não se entendem/ há casais desajustados/ filhos com duas famílias/ mas que vivem  isolados.
Na pressão do consumismo/  Falta tempo para amar/ Falta espaço pra diálogo/ E ternura pra abraçar/ Por isso muitas famílias/ Estão a se desintegrar.
       Por outro lado há pessoas/ Que procuram solução/  na criação de novas leis/ que geram mais confusão/ como esta da palmada/ que surgiu de sopetão.
       Ao criar normas assim/ se dificulta a relação dos pais com os seus filhos/ no que se refere à educação/ pois não se pode fazer  mais nada/ nem mesmo chamar a atenção.
      Parece que educar o filho/ É coisa só do passado Mas quando esse mesmo filho/ Nas drogas se vê afogado/ A culpa será do pai/ Que não teve o devido cuidado.
       Diante de tudo isso/ É preciso refletir/ Pedir a Deus sabedoria/ No pensar e no agir/ Para que nossas famílias/ Possam amar e sorrir.


Reinventando a Paz

REINVENTANDO A PAZ

Luci Léa Lopes Martins Tesoro

Diante do mundo globalizado em que vivemos, acreditar na família torna-se algo utópico para algumas pessoas. De outro lado, sabe-se que a família foi e sempre será o fundamento da sociedade e que cada uma carrega em si características que as tornam únicas dentro do tecido social. Porém, o mais fascinante é saber que a família não nos é dada pronta, pois ela, igual às sementes, necessita de cuidados constantes para crescer e desenvolver-se. Sem dúvida, este se constitui no grande desafio da humanidade.
         Assim, mais do que um núcleo de convivência de pessoas que compartilham do mesmo teto, as famílias têm que estar unidas por laços afetivos, por relações de amor, responsáveis pela base e pelo processo de construção da verdadeira família.
Em relação ao amor dos pais para com seus filhos, o escritor José Saramago é contundente: “Filho é um ser que nos emprestaram para um curso intensivo de como amar alguém além de nós mesmos, de como mudar nossos piores defeitos para darmos os melhores exemplos. Ser pai ou mãe é o maior ato de coragem que alguém pode ter, porque é se expor a todo tipo de dor, principalmente da incerteza de estar agindo corretamente”.
Por esse prisma esboça-se o problema da grande maioria dos pais hoje que é a dificuldade de impor limites; limites que estimulam o filho a crescer enquanto pessoa, que geram segurança, que repassam valores, que despertam o respeito aos direitos do próximo e que estabelecem a consciência de seu próprio ser.
Içami Tiba afirma que faz parte do instinto de perpetuação os pais cuidarem dos filhos, porém, atualmente nas escolas e em casa, os pais/educadores não sabem mais como fazer para que as crianças sejam disciplinadas. Ele frisa que, recuperar a autoridade fisiológica não significa ser autoritário cheio de desmandos, injustiças e inadequações. “O que verificamos atualmente é que um grande número de pais acredita no falso mito da liberdade total, sendo que a permissividade dos pais será sentida pelos filhos como desinteresse, abandono, desamor, negligência. Enfim, a família tem a função de sociabilizar e estruturar os filhos como seres humanos”.
Tiba conclui que a família é o âmbito em que a criança vive suas maiores sensações de alegria, felicidade, prazer e amor, o campo de ação no qual experimenta tristezas, desencontros, brigas, ciúmes, medos e ódios.  Uma família sadia sempre tem momentos de grata e prazerosa emoção alternados com momentos de tristeza, discussões e desentendimentos, que serão reparados através do entendimento, do perdão, tão necessário, e da aprendizagem de como devemos nos preparar adequadamente para sermos cidadãos sociáveis. Porém, o que faz a diferença é a capacidade de a família estabelecer vínculos afetivos, unindo-se no amor e nas frustrações.
O fato é que, nos lares, pais e filhos deveriam viver o verdadeiro uso da palavra “amar”, que é o relacionar-se com igualdade de consideração, sem superioridade ou inferioridade, sendo tolerantes às falhas e diferenças, não fazendo aquilo que não gostaria que fizessem comigo (Elaine Ribeiro). Assim, desapareceriam os níveis de pressão e de violências domésticas (sexual, física, psicológica) que geralmente colocam em risco o processo de desenvolvimento saudável da pessoa. Em contrapartida, haveria de prevalecer indivíduos cooperadores (preocupados uns com os outros) sobre os entes destruidores - agentes de “cultura de violência”, que agem através da opressão e intimidação, pelo medo e pelo terror.
         No Brasil hoje, não há como se pensar em soluções para a violência sem considerar algumas questões, tais como: o nível de capacidade de filhos e pais lidar com frustrações; os valores transmitidos em casa, na escola e na mídia (televisão e internet); a qualidade das relações familiares, onde as mães acabam por não participar da criação de seus filhos, pois precisam trabalhar fora para garantir o sustento da família; o vício e malefícios do álcool e do abuso de drogas; o baixo poder aquisitivo; a falta de escolaridade; a carência de uma política pública relativa à saúde, moradia, aposentadoria, segurança; o sistema carcerário que castiga, mas não recupera; a banalização de comportamentos violentos especialmente entre os jovens através da proliferação de gangues, violência no esporte e nos bailes.
Ariel de Castro Alves afirma que, jovens estudantes que constroem a própria identidade baseada em uma hegemonia de valores que privilegiam a competição, o materialismo e a intolerância, e, influenciados pelos desafios das ruas, pela lei das “galeras”, confundem “atitudes pacíficas” com “covardia” e “violência” com “coragem”. Tal entendimento tem gerado comportamentos e culminado em aumento de casos de roubos, furtos, seqüestros, homicídio, terrorismos, intimidação, envolvendo principalmente jovens em idade escolar.
A incidência desses crimes violentos no país, a despeito do aumento do efetivo policial e da repressão, despertou um sentimento de que alguma coisa deve ser feita. Faz-se necessário construir uma “cultura de paz”, que é algo que exige permanente diálogo para inverter os valores que levam à violência, como o individualismo, a competição, o ódio e o preconceito.
É preciso se forjar um mundo mais digno e harmonioso, transformar a paz em uma cultura, mudar a maneira de as pessoas se relacionarem, colocando a paz como uma questão de postura e de respeito. Segundo o pensador Boaventura de Souza Santos, a educação é como um mapa na transição paradigmática de uma “cultura da violência” para uma “cultura de paz”.
Engaje-se nessa luta, porque a construção da "cultura de paz" depende de cada um: começa em casa, desloca-se para a escola, para o trabalho, para as baladas, reflete na política e resulta na sociedade que desejamos e queremos ter!



sexta-feira, 13 de setembro de 2013

DRIBLANDO A VIOLÊNCIA FAMÍLIAR

DRIBLANDO A VIOLÊNCIA  FAMÍLIAR   

                                             Darlene, Dirceu, Zélia, Willian, Débora,
                                            Geralda, Geraldo, Mateus e Ana Cláudia.
                                              Equipe MFC Sagrada Família


Até pouco tempo, era inconcebível pensar na família enquanto espaço de violência. Por mais difíceis que fossem as relações familiares, havia a idéia de que a família  deveria estar unida para superar as dificuldades. No entanto, o modelo de família que se pautava no respeito, no compromisso e na obediência  hoje é por muitos criticado  e considerado ultrapassado.
O jeito moderno de ser e de viver trouxe também muito isolamento e competição entre os membros da família, o que tem gerado diferentes formas de violência: moral, física, sexual, financeira, intelectual e até mesmo espiritual.  Todas essas formas de violência acabam provocando uma espécie de falência nos valores familiares e certo descrédito em relação à formação de novas famílias.
Acompanhamos uma invasão de novos modelos familiares por meio dos meios de comunicação de massa baseados apenas no bem estar individual, de forma até irresponsável, pois não considera os desdobramentos dessa inversão de valores na formação de novas famílias. 
Todavia, mesmo com dificuldades, as famílias devem se encorajar e mostrar o lado ético e cristão de se viver. Mostrar que é possível viver em família de um modo mais simples, sem muito consumismo e com mais liberdade para falar e ser ouvido, para ser visto como alguém importante, enfim, para que cada membro tenha seu lugar dentro da família.
O que mais gera violência é a competição, a falta de amor e de respeito, mas nós acreditamos que é possível reverter essa situação, instituindo relações de amor  e paz em nossos lares. Para auxiliar nesse processo, existem vários grupos de casais que têm envidado esforços no sentido de fortalecer a união das famílias. Em uma das reuniões do MFC- Movimento Familiar Cristão, uma senhora partilhou que enquanto preparavam a casa para receber os membros do grupo, sua filha, de cinco anos de idade teria dito que sua família é uma equipe, pois cada um estava realizando uma tarefa para que toda a casa ficasse arrumada. Esse exemplo mostra um caminho possível para driblar as dificuldades e a violência: viver em equipe, onde cada um contribui para o sucesso do grupo; onde cada um tem sua parcela de colaboração e é reconhecido por isso.
         Vemos muitas pessoas torcendo com todas as suas forças pelo seu time de futebol. Deveríamos aprender a torcer do mesmo jeito, com o mesmo vigor,  para o sucesso de nossa família. Aprender a valorizar cada membro, com suas dificuldades e limites, mas com as suas qualidades e dons.
       É preciso lembrar que a educação dada pela família, os valores repassados  através dos padrões de ética, de moral e de religiosidade aos filhos  são  fundamentais  para sua formação, pois uma criança que cresce num ambiente familiar onde se respira o amor, onde se vivem relações de respeito, aprende a amar com  naturalidade. Que nossas atitudes possam mostrar à sociedade  que a família  pode e deve ser um espaço de amor, de partilha e de formação de cidadãos e cidadãs que acreditam na força do amor e colocam seus sonhos no coração de Deus.


VIRTUDES OU VÍCIOS: O QUE PREVALECE EM NOSSAS FAMÍLIAS?

VIRTUDES OU  VÍCIOS: O QUE PREVALECE
EM NOSSAS FAMÍLIAS?

Aparecido, Antônio, Elma, Francislaine,
                                              Valter,  Laci,  Lindinalva e  Cido
                                              Equipe Base MFC Sagrada Família

Virtude é uma palavra que quase não faz mais parte do nosso vocabulário. Infelizmente, vivemos numa cultura  pautada em perceber os erros e  as fraquezas e não as virtudes e qualidades das pessoas. É preocupante a forma como os programas de humor ironizam as falhas e as fragilidades humanas e acentuam a intolerância, especialmente entre os jovens.
A adoção de vícios como fuga aos problemas cotidianos é uma prática cada vez mais presente nas famílias e uma série de fatores interfere nesse processo, desde questões físicas a desajustes emocionais e psicológicos.
   Ao analisar mais de perto essas questões, percebemos que  um aspecto parece ser muito forte nesse processo: a solidão, o abandono, a falta de limites. E porque aumenta tanto o número de viciados em nosso meio? Talvez pelo abandono e a solidão que muitas pessoas vivem dentro de suas próprias famílias, porque em muitos lares as pessoas até ficam juntas, sob o mesmo teto, mas não estão juntas:  cada um está isolado em sua própria televisão; em seu próprio computador; ouvindo as “suas” músicas, enfim, cada um vai se isolando e inevitavelmente, isso gera solidão e reforça a adoção de vícios  para suprir as lacunas deixadas pela falta da presença do outro. E mesmo quando a pessoa já se encontra dominada por um vício, muitas vezes a família não consegue ajudar, porque acha que o viciado é sempre alguém “sem vergonha”, “irresponsável”, etc.
   Como é difícil considerar que o vício também é construído e, na maioria das vezes se torna  uma doença. O alcoolismo, por exemplo, que afeta tantos lares, quase sempre é visto como fruto da irresponsabilidade, mas o AA – grupo de Alcóolicos Anônimos mostra que este é uma doença e que precisa da ajuda de toda a família para ser superado. O mesmo acontece com as drogas e com tantos outros vícios. Poderíamos nos perguntar: quais vícios estão afetando as nossas famílias? E perguntar também: porque isso acontece em minha família?
   Nós, do MFC- Movimento Familiar Cristão  acreditamos que a família que reza unida, permanece unida e por isso mesmo nos reunimos periodicamente para estudar, para buscar forças na Palavra de Deus, para questionar nossas atitudes e práticas. Um dos questionamentos que sempre fazemos é:  como estão sendo as orações em minha família? Rezamos juntos? Comungamos as mesmas idéias? Partilhamos nossas dificuldades e alegrias? Valorizamos uns aos outros? Como tratamos nossos filhos? Temos convicção de que uma família é mais do que um aglomerado de pessoas; é uma união de pessoas que se amam e que se cuidam. Será que estamos cuidando uns dos outros? Ou cada um cuida de si mesmo e acaba se sentindo sozinho e abandonado.
Participar de um grupo de convivência é um caminho para driblar a solidão e para partilhar angústias e sofrimentos que, via de regra, conduzem às drogas. Diz uma lenda chinesa que quando temos um problema devemos partilhá-lo com pelo menos  dez pessoas, porque cada vez mais ele vai diminuindo e aumenta o número de pessoas que poderão nos ajudar a resolvê-lo. 
   Nós, do MFC- Movimento Familiar Cristão,  temos experimentado isso em nossas vidas e  convidamos você e sua família a participar conosco de uma das nossas equipes base.
   Que tal dedicar parte do seu tempo para refletir e rezar por sua família?  Busque informações na secretaria da paróquia mais próxima de sua casa e participe conosco da maravilhosa experiência de fortalecer os laços familiares  junto com outras famílias que acreditam na construção de um mundo  mais fraterno a partir de lares edificados no amor de Deus e em relações de compreensão, solidariedade, amor e  partilha.
                                       


sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Família: espaço de convivência e de transmissão da fé

Família: espaço de convivência e de transmissão da fé
Elisângela, Rosilene e Tatiane
MFC Equipe Base Sagrada Família

Hoje em dia é comum encontrar discursos acerca da família como uma instituição falida, mas esse conceito é irreal, pois ainda temos muitas pessoas que acreditam que a base de um cidadão de bem começa na  sua família. No entanto, quando paramos para analisar melhor nossos relacionamentos familiares, percebemos que deixamos muito a desejar. Nem sempre temos paciência uns com os outros; muitas vezes nos tratamos rispidamente; queremos sempre ter razão e, às vezes, nem ouvimos as opiniões dos outros; preocupamos tanto com os nossos afazeres e com a televisão que quase não temos tempo para o diálogo, para a partilha, para a família.  Somos educados, pacientes e gentis com muitas pessoas, mas nem sempre com nossos familiares; daí tanta discórdia e violência nos lares. Sonhamos com um mundo onde reine a paz, mas nos esquecemos  que a paz começa dentro de nossa casa, a partir das nossas ações, das nossas palavras e do nosso exemplo. Para ter paz é preciso viver em paz, e isso só é possível quando aprendemos a respeitar os outros e a cultivar o amor em nossa vida.

Como parte das reflexões propostas na  Semana Nacional da Família, a CNBB ( Conferência Nacional dos Bispos do Brasil)  tem insistido na família enquanto espaço de convivência e transmissão da fé.  Nesse sentido,  desafia os pais a assumirem cada vez mais a missão de primeiros e autênticos transmissores e educadores da fé cristã. Atraídos por Jesus Cristo, somos convocados por Jesus Cristo  para anunciar  o Evangelho, com um mandato que é sempre novo, uma nova evangelização, para descobrir de novo a alegria de crer e reencontrar o entusiasmo de comunicar a fé. Na descoberta diária do amor, a família ganha força e vigor no compromisso missionário, que jamais pode faltar. Com efeito, a fé na família cresce quando é vivida como experiência de um amor recebido e comunicada como experiência de graça e de alegria. A fé torna os membros da família fecundos, porque alarga o coração com a esperança, abre o coração e a mente dos ouvintes para acolherem o convite do Senhor a aderir à sua Palavra, a fim de se tornarem seus discípulos.

        Uma  boa convivência familiar capacita a pessoa a respeitar e a gerenciar seus sentimentos e respeitar os sentimentos dos outros; externar suas idéias e escutar atentamente as idéias dos outros; valorizar-se e valorizar o outro;  respeitar a vida humana como valor supremo e colocar-se a serviço do outro; enfim,  harmonizar a afetividade e expressar carinho e ternura nos gestos e palavras. Apesar de parecer difícil, vale a pena tentar; mesmo que nos custe caminhar na contramão da história, como na fábula do beija-flor que queria apagar o incêndio na floresta apenas com as gotas que caiam de suas asas... Ainda que não consigamos a paz no mundo inteiro, estaremos fazendo a nossa parte... Então, a partir do momento em que assumirmos a nossa prática na fé e voltarmos a ter atitudes simples, como pedir a bênção, ir à igreja, fazer orações em família, ler a Palavra de Deus junto com os filhos e principalmente ter um diálogo pautado no amor, na paz e na compreensão, certamente poderemos contribuir  para que o mundo seja melhor...
Vale a pena experimentar novamente a ternura de olhares, de abraços e de sorrisos que nos devolvem a paz e a harmonia que tanto necessitamos.  Pequenos gestos podem promover grandes mudanças e, muitas vezes, é na “insignificância do insignificante”, como dizia Walter Benjamin, que encontramos a razão de nossa existência. Acreditamos  que se cada um fizer sua parte, agir como família, como protagonista de uma história que tenha os valores de mulheres e de homens acima dos valores do capital; que priorize as pessoas e não as coisas; que vislumbre uma sociedade mais justa e solidária; que acredite na família como berço da vida, então teremos uma sociedade diferente, pois precisamos mudar as pessoas para que as pessoas mudem a sociedade. “Sua família/ volta pra ela/ sua família/ te ama e te espera/ para ao seu lado sempre estar.../ sua família”. Pense nisso...




terça-feira, 3 de setembro de 2013

CONVINTE PARA O BANQUETE


CONVINTE PARA O BANQUETE

Dom Juventino Kestering
Bispo diocesano
Rondonópolis/MT


Estamos no 22º domingo do tempo comum. Início de setembro, mês da Bíblia  livro da Palavra de Deus. O espaço litúrgico e a cor dos paramentos são verde.
A Palavra de Deus (Lc 14,7-14) aponta para três práticas da fé que nos aproximam de Deus e dos irmãos: Ocupar os primeiro lugares, a humildade e os convidados para os banquetes. É claro que o Evangelho é sempre uma janela aberta que ilumina todas as realidades da vida.
Jesus foi convidado para um jantar por um chefe dos Fariseus. Certamente pessoas importantes e influentes estavam convidadas. Jesus percebeu que havia a preocupação  na busca dos primeiros lugares. O Evangelho não menciona onde Jesus estava sentadado. Mas Jesus ficou observando a chegada dos convidados. Todos queriam os primeiros lugares. Interessante, onde o encontro, ou o convite é para a caridade, para o serviço gratuito, para a doar sem receber aplusos, normalmente as pessoas ficam no fundo do espaço, ocupam os últimos lugares. Mas quando é uma recepção, uma honraria que produz visibilidade há procura por primeiros lugares. Creio que já percebemos. Normalmente os políticos, deputados, governadores, senadores e até vereadores, gostam de chegar atrasados em quase todos os eventos. Por quê? Para que ao chegarem sejam notados e dar um “ar” de que estavam sendo esperados. Isto é uma atitude farisaica. Quer as aparências  O livro do Eclesiástico (3, 30) assim reage: “Para o mal do orgulhoso não existe remédio, pois uma planta de pecado está enraizada nele e ele não compreende”.
Num segundo momento Jesus reflete sobre a humilhação e sobre a humildade. Jesus percebeu certa humilhação quando o dono da festa solicitou a alguns convidados para mudarem de lugar. Observemos numa festa, num jantar. Quando é dado o sinal para servir a refeição há um corre corre e até um tumulto. É um empurra  empurra. Todos querem ser os primeiros. Jesus não ensina a atitude de humilhação, mas de humildade. Esta é uma virtude que faz bem em todos os ambientes. De fato, quem se eleva será humilhado, e quem se humilha será elevado”. O Eclesiástico ensina: “À medida que fores grande, deverás praticar a humildade e assim encontrarás graça diante do Senhor”.
Num terceiro momento Jesus avalia a qualidade dos convidados. Jesus percebeu que o chefe dos Fariseus tinha convidado somente os que já estavam fartos, os que sempre se alimentam bem, os que vivem de banquete em banquete  Ele chama atenção da sociedade que naquela ceia havia esquecidos e disse ao fariseu que o tinha convidado: “Quando você der um almoço ou jantar, não convide amigos, nem irmãos, nem parentes, nem vizinhos ricos. Porque esses irão, em troca, convidar você. E isso será para você recompensa. Pelo contrário, quando você der uma festa, convide pobres, aleijados, mancos e cegos. Então você será feliz! Porque eles não lhe podem retribuir. E você receberá a recompensa na ressurreição dos justos”.
Qual o lugar dos idosos, doentes, fragilizados, cadeirantes… numa festa, num banquete, numa recepção? Cresce uma onda de comodismo, de egoismo, de permissividade, de ganância, de consumismo, de individualismo que faz esquecer o outro, em especial, se este outro é pobre, indígena, sem terra, morador de rua, deficiente, doente, idoso. Estes não tem o que retribuir. Aqui entra o compromisso do Evangelho: A gratuidade. Ver em cada irmão o rosto de Jesus e ver o rosto de Jesus em cada irmão.
Que o Sagrado Coração de Jesus, patrono da Diocese, derrame abundantes graças e bênçãos sobre cada um de nós. Saúde aos doentes, alegria aos tristes, esperança aos desanimados.