terça-feira, 3 de setembro de 2013

CONVINTE PARA O BANQUETE


CONVINTE PARA O BANQUETE

Dom Juventino Kestering
Bispo diocesano
Rondonópolis/MT


Estamos no 22º domingo do tempo comum. Início de setembro, mês da Bíblia  livro da Palavra de Deus. O espaço litúrgico e a cor dos paramentos são verde.
A Palavra de Deus (Lc 14,7-14) aponta para três práticas da fé que nos aproximam de Deus e dos irmãos: Ocupar os primeiro lugares, a humildade e os convidados para os banquetes. É claro que o Evangelho é sempre uma janela aberta que ilumina todas as realidades da vida.
Jesus foi convidado para um jantar por um chefe dos Fariseus. Certamente pessoas importantes e influentes estavam convidadas. Jesus percebeu que havia a preocupação  na busca dos primeiros lugares. O Evangelho não menciona onde Jesus estava sentadado. Mas Jesus ficou observando a chegada dos convidados. Todos queriam os primeiros lugares. Interessante, onde o encontro, ou o convite é para a caridade, para o serviço gratuito, para a doar sem receber aplusos, normalmente as pessoas ficam no fundo do espaço, ocupam os últimos lugares. Mas quando é uma recepção, uma honraria que produz visibilidade há procura por primeiros lugares. Creio que já percebemos. Normalmente os políticos, deputados, governadores, senadores e até vereadores, gostam de chegar atrasados em quase todos os eventos. Por quê? Para que ao chegarem sejam notados e dar um “ar” de que estavam sendo esperados. Isto é uma atitude farisaica. Quer as aparências  O livro do Eclesiástico (3, 30) assim reage: “Para o mal do orgulhoso não existe remédio, pois uma planta de pecado está enraizada nele e ele não compreende”.
Num segundo momento Jesus reflete sobre a humilhação e sobre a humildade. Jesus percebeu certa humilhação quando o dono da festa solicitou a alguns convidados para mudarem de lugar. Observemos numa festa, num jantar. Quando é dado o sinal para servir a refeição há um corre corre e até um tumulto. É um empurra  empurra. Todos querem ser os primeiros. Jesus não ensina a atitude de humilhação, mas de humildade. Esta é uma virtude que faz bem em todos os ambientes. De fato, quem se eleva será humilhado, e quem se humilha será elevado”. O Eclesiástico ensina: “À medida que fores grande, deverás praticar a humildade e assim encontrarás graça diante do Senhor”.
Num terceiro momento Jesus avalia a qualidade dos convidados. Jesus percebeu que o chefe dos Fariseus tinha convidado somente os que já estavam fartos, os que sempre se alimentam bem, os que vivem de banquete em banquete  Ele chama atenção da sociedade que naquela ceia havia esquecidos e disse ao fariseu que o tinha convidado: “Quando você der um almoço ou jantar, não convide amigos, nem irmãos, nem parentes, nem vizinhos ricos. Porque esses irão, em troca, convidar você. E isso será para você recompensa. Pelo contrário, quando você der uma festa, convide pobres, aleijados, mancos e cegos. Então você será feliz! Porque eles não lhe podem retribuir. E você receberá a recompensa na ressurreição dos justos”.
Qual o lugar dos idosos, doentes, fragilizados, cadeirantes… numa festa, num banquete, numa recepção? Cresce uma onda de comodismo, de egoismo, de permissividade, de ganância, de consumismo, de individualismo que faz esquecer o outro, em especial, se este outro é pobre, indígena, sem terra, morador de rua, deficiente, doente, idoso. Estes não tem o que retribuir. Aqui entra o compromisso do Evangelho: A gratuidade. Ver em cada irmão o rosto de Jesus e ver o rosto de Jesus em cada irmão.
Que o Sagrado Coração de Jesus, patrono da Diocese, derrame abundantes graças e bênçãos sobre cada um de nós. Saúde aos doentes, alegria aos tristes, esperança aos desanimados.