CONVINTE PARA O BANQUETE
Dom Juventino Kestering
Bispo diocesano
Rondonópolis/MT
Rondonópolis/MT
Estamos no 22º domingo do tempo
comum. Início de setembro, mês da Bíblia livro da Palavra de Deus. O espaço litúrgico e a cor dos paramentos são verde.
A Palavra de Deus (Lc 14,7-14) aponta para três práticas da fé
que nos aproximam de Deus e dos irmãos: Ocupar os primeiro lugares, a humildade
e os convidados para os banquetes. É claro que o Evangelho é sempre uma janela
aberta que ilumina todas as realidades da vida.
Jesus foi convidado para um jantar por um chefe dos Fariseus.
Certamente pessoas importantes e influentes estavam convidadas. Jesus percebeu
que havia a preocupação na busca dos primeiros lugares. O Evangelho não
menciona onde Jesus estava sentadado. Mas Jesus ficou observando a chegada dos
convidados. Todos queriam os primeiros lugares. Interessante, onde o encontro,
ou o convite é para a caridade, para o serviço gratuito, para a doar sem
receber aplusos, normalmente as pessoas ficam no fundo do espaço, ocupam os
últimos lugares. Mas quando é uma recepção, uma honraria que produz
visibilidade há procura por primeiros lugares. Creio que já percebemos.
Normalmente os políticos, deputados, governadores, senadores e até vereadores,
gostam de chegar atrasados em quase todos os eventos. Por quê? Para que ao
chegarem sejam notados e dar um “ar” de que estavam sendo esperados. Isto é uma
atitude farisaica. Quer as aparências O livro do Eclesiástico (3, 30) assim
reage: “Para o mal do orgulhoso não existe remédio, pois uma planta de pecado
está enraizada nele e ele não compreende”.
Num segundo momento Jesus reflete sobre a humilhação e sobre a
humildade. Jesus percebeu certa humilhação quando o dono da festa solicitou a
alguns convidados para mudarem de lugar. Observemos numa festa, num jantar.
Quando é dado o sinal para servir a refeição há um corre corre e até um
tumulto. É um empurra empurra. Todos querem ser os primeiros. Jesus
não ensina a atitude de humilhação, mas de humildade. Esta é
uma virtude que faz bem em todos os ambientes. “De
fato, quem se eleva será humilhado, e quem se humilha será elevado”. O
Eclesiástico ensina: “À medida que fores grande, deverás praticar a humildade e
assim encontrarás graça diante do Senhor”.
Num terceiro momento Jesus avalia a qualidade dos convidados.
Jesus percebeu que o chefe dos Fariseus tinha convidado somente os que já
estavam fartos, os que sempre se alimentam bem, os que vivem de banquete em banquete Ele chama atenção da sociedade que naquela ceia havia esquecidos e
disse ao fariseu que o tinha convidado: “Quando você der um almoço ou jantar,
não convide amigos, nem irmãos, nem parentes, nem vizinhos ricos. Porque esses
irão, em troca, convidar você. E isso será para você recompensa. Pelo
contrário, quando você der uma festa, convide pobres, aleijados, mancos e
cegos. Então você será feliz! Porque eles não lhe podem retribuir. E você
receberá a recompensa na ressurreição dos justos”.
Qual o lugar dos idosos, doentes, fragilizados, cadeirantes…
numa festa, num banquete, numa recepção? Cresce uma onda de comodismo, de
egoismo, de permissividade, de ganância, de consumismo, de individualismo que
faz esquecer o outro, em especial, se este outro é pobre, indígena, sem terra,
morador de rua, deficiente, doente, idoso. Estes não tem o que retribuir. Aqui
entra o compromisso do Evangelho: A gratuidade. Ver em cada irmão o rosto de
Jesus e ver o rosto de Jesus em cada irmão.
Que o Sagrado Coração de Jesus, patrono da Diocese, derrame
abundantes graças e bênçãos sobre cada um de nós. Saúde aos doentes, alegria
aos tristes, esperança aos desanimados.