segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

PALAVRA DO BISPO

Quando a Sociedade Perde o "Amor e a defesa das Crianças" e porque ela esta doente, sem valores e sem referencial de dignidade Humana.
Dom Juventino Kestering
Bispo diocesano


Neste domingo após o Natal a Igreja celebra na liturgia a Sagrada Família de Nazaré com reflexões sobre a minha “sagrada família”. Jesus nasceu simples e pobre na gruta em Belém, mas sentiu o amor e carinho da família de Nazaré: Jesus, Maria e José.
Papa João Paulo II, na Carta às Famílias, chamou a família de “Santuário da vida” (CF, 11). Santuário quer dizer: lugar sagrado, espaço de respeito, de diálogo, de perdão, de mútuo crescimento humano, afetivo e espiritual. É neste espaço que a vida é gerada. Desde o berço as crianças aprendem o caminho do respeito, da fé, do amor a Deus e aos irmãos. “A salvação da pessoa e da sociedade humana estão intimamente ligadas à condição feliz da comunidade conjugal e familiar” (GS, 47).
A Palavra de Deus (Mt, 2,13-23) adentra numa realidade concreta das famílias. “Levanta-te, pega o menino e sua mãe e foge para o Egito, porque Herodes vai procurar o menino para matá-lo”. José recebe de Deus a responsabilidade de pai e esposo, de cuidador e defensor da vida, de tomar o menino e sua mãe e fugir para salvar o menino. Assume esta realidade e migra para o Egito. José se apresenta como responsável com a sua família e cuida dela, desempenhando o papel de protetor. É exemplo para tantos pais que já não se preocupam com seus filhos. Em juras de amor, geram um filho, mas depois não assumem a missão. Abandonam a esposa, ou a companheira. Deixam a responsabilidade para a mãe.
Uma criança é linda, mas frágil e sem força. Não pode se defender sozinha. Para sobreviver, depende do cuidado, da ajuda dos pais. Muitas crianças são vítimas da própria incapacidade de se defender e do descuido da família e da sociedade. Umas não chegam nem a nascer, são abortadas e trucidadas no seio da mãe; outras, são jogadas em rios, no lixo, de prédios altos, são maltratadas, são vendidas, abandonadas. Quando a sociedade perde o amor e a defesa das crianças é porque ela está doente, sem valores e sem referencial de dignidade humana.
O menino Jesus, apesar de ter nascido numa gruta fria e longe da cidade, recebeu carinho e ternura da mãe, de José e dos pastores vizinhos. Até os reis do Oriente o vieram visitar. Mas o coração de Herodes fervia de ódio. Resolveu matar as crianças. Assim o menino Jesus correu risco de vida. No Evangelho percebemos o drama do exílio e da migração que a Sagrada Família teve de experimentar para escapar da matança cruel que Herodes tinha ordenado a fim de eliminar Jesus, a quem considerava um rival apesar de sua pouca idade. “José, toma o menino e sua mãe e foge para o Egito, pois Herodes quer matar o menino”. Mas, Deus o protege através de José e Maria.
Fico pensando na dor e lágrima das crianças que catam alimentos em lixo, da dor das crianças exploradas sexualmente, a dor das crianças que vêem o pai ou a mãe abandonarem o lar, a dor da criança migrante sem casa, sem residência fixa, acompanha seus pais de fazenda em fazenda a procura de sobrevivência; a dor da criança com câncer, com insuficiência renal, a criança presa em apartamento, as crianças sem espaço para educação infantil, a criança que passa diante de lojas, sorveterias, mercados e restaurante, mas carece de recursos para uma alimentação. Criança. Simplesmente criança. E qual o coração humano que não se sensibiliza diante do sofrimento de uma criança!
Apesar de todos os desafios dos tempos atuais para educar uma família, o ideal deve sempre ser mantido: O relacionamento dialogal entre pais e filhos e o clima de harmonia na família. Tudo aquilo que uma criança vivencia, experimenta, percebe dentro de seu lar, marca para a vida em todas as suas etapas. É na família nascem os valores, a ética, a justiça, a honestidade, da fé e o amor aos irmãos.
O livro do Eclesiástico (3, 3-14) traz belas palavras. “Deus honra o pai nos filhos e confirma sobre eles a autoridade da mãe. Quem respeita o seu pai terá vida longa e quem obedece ao seu pai é o consolo de sua mãe”. Honrar pai e mãe além de ser um mandamento é caminho para a harmonia na vida dos filhos. O livro do Eclesiástico ainda continua: “Não humilhes os pais nos dias de sua velhice. A caridade feita com teu pai e tua mãe não será esquecida, mas servirá para reparar os teus pecados e na justiça será tua edificação”. Um exemplo edificante é quando os filhos, os netos e bisnetos cuidam com amor e carinho seus pais, avós e bisavós. O autor do Eclesiástico lembra o mandamento da lei mosaica que pede claramente para honrar o pai e a mãe e ainda esclarece que para isso é necessário que os pais amem os filhos.
Neste dia em que a Igreja lembra a Sagrada Família de Nazaré, a Palavra de Deus faz refletir sobre o nosso modo de ser na família. Ela é o ninho sagrado, espaço de amor e de diálogo, ambiente de ternura e proximidade, o melhor lugar do mundo para viver.
Que o Sagrado Coração de Jesus, patrono da Diocese, derrame abundantes graças e bênçãos sobre cada um de nós. Saúde aos doentes, alegria aos tristes, esperança aos desanimados.


sábado, 28 de dezembro de 2013

ESPIRITUALIDADE CRISTÃ

ESPIRITUALIDADE, é seguir os caminhos do Espirito de Deus. É viver conforme o Espirito de Deus. E a resposta para isto também encontramos nesta parábola. Quem segue o Espirito não busca somente para si estas coisas que constituem a vida, mas para os "pequenos" e os necessitados. Cada um busca acumular para si e para os os seus. Sempre foi assim. A novidade e abrir-se para a necessidade dos menos favorecidos, para a vida dos necessitados, aqueles que nada podem nos retribuir, e lutar pela vida deles. Só os que tem a verdadeira espiritualidade é capaz de lutar pela vida dos outros. Esta é a novidade, uma boa-novidade que JESUS veio nos ensinar.
Lutar para que os menos favorecidos também tenham vida para que todos tenham vida, significa lutar para que a forma de produção e distribuição de comida, moradia saúde e tantas outras coisas seja modificada. Pois a atual forma os exclui e marginaliza. Não existe outro jeito para resolver estes problemas. E quando lutamos seriamente por isso, levamos a sério que DEUS é o nosso pai e os menos favorecidos também são nossos irmãos. A forma mais concreta de mostrar o afeto aos menos favorecidos, os nossos irmãos marginalizados, é lutar para que eles tenham condições digna de vida. Isto significa, na prática, que os que aceitam esta "boa nova" de Jesus assumam também lutas politicas e econômicas. Não mais para legitimar a situação estabelecida em nome de Deus, mas para transforma-la em nome de Deus verdadeiro.
O problema é que nem todos na sociedade aceitam que os pobres tenham direito a vida. Vemos diariamente manipulação para legitimar as sociedades opressoras. É por isso que Jesus foi condenado a morte. Se lembrarmos das acusação contra Jesus, veremos que ele foi acusado de blasfemo pelas classes dominantes de Israel, por apresentar uma nova imagem de Deus, e de subversivo politico pelos romanos. Na verdade estas duas acusações são os dois lados de uma mesma moeda. Sociedade opressora com manipulações diversas. Quem os questiona são sempre acusados de subversivos e blasfemos.
Quem teve a experiência do Espirito, quem conheceu o Deus da Vida, sabe que o grande dom de Deus para os homens é a vida. O livro de Gênesis nos ensina que Deus fez o corpo humano e soprou vida, por isso, diz que somos seres viventes. Defender a vida dos mais fracos é o verdadeiro testemunho dos que acreditam em Deus de Jesus Cristo e é único caminho para construirmos uma sociedade onde todos sejam reconhecidos e tratados como pessoas humanas. Sendo assim, o verdadeiro cristianismo não se separa da politica do ser humano, mas entra nela e assume conflitos contra os que defendem sistema de morte. A contradição não é entre religião e politica, mas entre Deus da vida e sistemas político e econômicos que geram a morte dos menos favorecidos. O caminho para a salvação não é fugir das coisas materiais e politicas, mas lutar para que os menos favorecidos também tenha sua vez e voz junto as comunidades e sociedade. Onde estiver em jogo a vida e a morte dos mais fracos e oprimidos, ali está o Espirito de Deus para soprar e nos dar forças para que assumamos esta luta, este é o caminho do Espirito de Deus.  

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

PROJETO DE DEUS

"EU VIM PARA QUE TODOS TENHA VIDA EM ABUNDÂNCIA" é a frase que melhor exprime o projeto de Jesus. O seu objetivo é que todos tenha vida em abundância, por isso começa com aqueles que menos tem: os pobres. Se todos os pobres tiverem vida em abundância, isto siginifica que não haver ninguem na sociedade que não tenha vida em abundância. Afinal, sempre são os pobres que menos têm vida. Para que todos tenham vida, é preciso que os pobres tembém tenham, porque os ricos e poderosos ja tem para garantir isso. É por isso que Jesus vive e prega entre os pobres. 
Mas alguem pode perguntar: a vida é só questões materiais? E os problemas espirituais? Jesus não definiu o que é vida. Ele ensinou através da sua prática e das suas obras e parabolas. Definição é modo dos "estudados" falarem, estórias e parabolas são o jeito dos pobres. A parabola que melhor representa estas perguntas é a do "juizo final". E a famosa parabola que Jesus nos conta no Evangelho de Mateus (cap.25,31-46) sobre as condições de salvação. Os que deram pão, bebida, roupa, moradia, saúde, liberdade e afeto para os "pequenos" entram no Reino de Deus; os que não deram, ficam de fora. A vida é isto: comida, bebida, liberdade, moradia e afeto. Os pobres sofrem porque não tem estas coisas. E os ricos querem mais dinheiro para ter mais coisas, com isso vivemos em uma sociedade individualizada.

DEUS É PAI

JESUS DE NAZARÉ, resumiu sua proposta como uma "boa nova" para os pobres. Uma "boa nova" deve ser uma coisa boa e nova para os que vão receber o o anúncio, isto é, os pobres. As diversas formas de religião que vimos anteriormente tem em com 3 ideias: a) os pobres são culpados pelo sofrimento deles; b) Deus colocou estes sofrimentos como condição necessária para a salvação; c) por fim, o sofrimento vai continuar e deve ser aceito com "amor e paciência". Convenhamos, esta três ideias não são muito nova e muito menos boas para os pobres. Por isso, a "boa nova" de Jesus para os pobres é diferente.
A grande novidade na pregação de Jesus foi a ideia  de que "Deus é Pai", ou melhor, Deus é papai. Ele se preocupa com seus filhos, principalmente com o sofrimento dos mais pequenos. Assim funciona o coração de quem ama.Uma mãe carinhosa ama de forma igual todos os filhos e, por isso, se preocupa mais com aquele que esta sofrendo mais. Porque ela quer que todos vivam bem. Para  expressar esta nova imagem de Deus, Jesus chamou de papai, São João disse que "Deus é Amor" e o papa João Paulo I nos ensinou que "Deus é Mãe".
Um Deus que é papai não exige sacrifícios e mortes de seus filhos. Ele é misericordioso, capaz de perdoar infinitamente. O seu grande desejo é que os seus  filhos vivam fraternalmente, sem que alguns explorem e matem outros para viver suntuosamente. Ele não pode ficar indiferente ao legitimar uma sociedade em que uma pequena minoria explora uma grande maioria para usufruir de uma vida de extravagancia. Deus não pode ficar indiferente ao sofrimento do trabalhador que planta e não pode comer, daquele que constrói e não tem onde morar. O anuncio do Deus que quer dar condições de vida para os pobres e não os considera culpados da sua miséria é uma grande "boa Nova" para os pobres.

NATAL HOJE E SEMPRE

NATAL HOJE E SEMPRE!
                                                          Dom Fernando Arêas Rifan*                  
“Transcorridos muitos séculos desde que Deus criou o mundo e fez o homem  à sua imagem; - séculos depois de haver cessado o dilúvio, quando o Altíssimo fez resplandecer o arco-íris, sinal de aliança e de paz; - vinte e um séculos depois do nascimento de Abraão, nosso pai; - treze séculos depois da saída de Israel do Egito, sob a guia de Moisés; - cerca de mil anos depois da unção de Davi, como rei de Israel; - na septuagésima quinta semana da profecia de Daniel; - na nonagésima quarta Olimpíada de Atenas; - no ano 752 da fundação de Roma; - no ano 538 do edito de Ciro, autorizando a volta do exílio e a reconstrução de Jerusalém; - no quadragésimo segundo ano do império de César Otaviano Augusto, enquanto reinava a paz sobre a terra, na sexta idade do mundo: JESUS CRISTO DEUS ETERNO E FILHO DO ETERNO PAI, querendo santificar o mundo com a sua vinda, foi concebido por obra do Espírito Santo e se fez homem; transcorridos nove meses, nasceu da Virgem Maria, em Belém de Judá. Eis o Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo a natureza humana. Venham, adoremos o Salvador! Ele é Emanuel, Deus Conosco”. Este é o solene anúncio oficial do Natal, feito pela Igreja na primeira Missa da noite de Natal!
            O Natal é a primeira festa litúrgica, o recomeçar do ano religioso, como a nos ensinar que tudo recomeçou ali. O nascimento de Jesus foi o princípio da revelação do grande mistério da Redenção que começava a se realizar e já tinha começado na concepção virginal de Jesus, o novo Adão. Deus queria que o seu projeto para a humanidade fosse reformulado num novo Adão, já que o primeiro Adão havia falhado por não querer se submeter ao seu Senhor, desejando ser o senhor de si mesmo e juiz do bem e do mal. Assim, Deus enviou ao mundo o seu próprio Filho, o Verbo eterno, por quem e com quem havia criado todas as coisas. Esse Verbo se fez carne, incarnou-se no puríssimo seio da Virgem, por obra do Espírito Santo, e começou a ser um de nós, nosso irmão, Jesus. Veio ensinar ao homem como ser servo de Deus. Por isso, sendo Deus, fez-se em tudo semelhante a nós, para que tivéssemos um modelo bem próximo de nós e ao nosso alcance. Jesus é Deus entre nós, o “Emanuel – Deus conosco”. Assim, o Natal traz lições para todas as épocas do ano.
São Francisco de Assis inventou o presépio, a representação iconográfica do nascimento de Jesus, para que refletíssemos nas grandes lições desse maior acontecimento da história da humanidade, seu marco divisor, fonte de inspiração para pintores e místicos.
Que tal se fizéssemos um Natal contínuo, pensando mais no divino Salvador, na sua doutrina, no seu amor, nas virtudes que nos ensinou, unindo-nos mais a ele pela oração e encontro pessoal com ele, imitando o seu exemplo, praticando a caridade, convivendo melhor com nossa família...
Desse modo a mensagem do Natal vai continuar durante todo o Ano Novo, que assim será abençoado e feliz. FELIZ NATAL E ABENÇOADO ANO NOVO!

                   *Bispo da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney  
                                           

sábado, 7 de dezembro de 2013

MENSAGEM FINAL ANO

Ney Santos
Mensagem!
Amigos Mefecistas, quero aproveitar esse espaço que é nosso, para fazer uma reflexão, que julgo ser importante neste final de ano: “você tem noção da sua importância para o Reino de Deus?”
Deus tem um projeto para cada um de nós, mas para que isso aconteça precisamos dizer nosso SIM...  temos que aceitar, assim como  Nossa mãe Maria aceitou o chamado do Pai, vamos sair do nosso comodismo, do nosso campo de conforto, arregaçar as mangas e mostrar que somos filhos de Deus, esta findando mais um ano, é hora de avaliarmos como foi esse ano para nós.
Olhem para trás muito já foi feito, olhem os bons exemplos que temos, pessoas maravilhosas que se entregaram pelo amor ao próximo, sem querer ser injusto, quero citar alguns nomes que são para mim o esteio forte e firme do nosso MFC, Alaides e Dezinho, Simeão e Hilda, Helio e Clara, Sanita e Marcolina.
Sejamos como eles, protagonistas da nossa própria história, não deixemos que a vida nos leve como folhas secas ao vento, sejamos dignos de sermos chamados filhos do Altíssimo, que o nosso compromisso seja com o próximo, que a nossa alegria seja em poder ajudar a edificar uma, duas, três, quantas famílias forem, na certeza que estamos contribuindo para um mundo melhor.     
Meu desejo é que haja muita paz, amor e esperança, e que em 2014 realizemos todos os nossos projetos, sempre almejando o bem da família.
Forte abraço e Feliz Natal!