sexta-feira, 7 de junho de 2013

FAMÍLIA E POLÍTICA: UMA REFLEXÃO NECESSÁRIA


FAMÍLIA E POLÍTICA: UMA REFLEXÃO NECESSÁRIA

Clarice, Geraldo, Juvanês e Olímpio 
                                                          Equipe Base MFC Sagrada Família 
 

Por que falar em política numa reflexão sobre famílias? A palavra "política" vem do termo "pólis",  palavra grega que quer dizer cidade. Viver com honra numa cidade grega era participar das discussões sobre as decisões a serem tomadas; daí o termo política para designar a arte de tomar decisões numa cidade. Nesse sentido, todos somos políticos, pois nossas ações, de um modo ou de outro, estão inseridas no espaço urbano, ou seja, todos deveriam se sentir responsáveis pelas decisões a serem tomadas no município.

Contudo, percebe-se claramente o desinteresse da maioria das pessoas, especialmente dos jovens, em participar, conhecer ou se interessar por assuntos políticos. Isso acontece devido a uma série de fatores, tais como: descrédito das ações de muitos eleitos; falta de incentivo dos pais com relação ao assunto; falta do sentimento de pertença à cidade e uma cultura alienante que desvia os jovens de discussões mais críticas em relação à política.

Muitos se esquecem que as decisões de um país passam pela questão política, pois são os representantes eleitos que aprovam as leis trabalhistas, da saúde, da educação, da aposentadoria, de moradia, enfim, as leis que regulam nossos direitos e deveres; as leis que definem o modo de viver de uma sociedade.

 Deste modo, todos nós somos responsáveis tanto pelos políticos que governam atualmente quanto pelos que assumirão futuramente os cargos políticos. É no seio das famílias que acontece a educação dos filhos: crianças bem educadas em princípios éticos e morais, certamente serão lideranças honestas e comprometidas  com a sociedade.

Ao contrário, crianças que aprendem desde pequenos que uma mentira não faz mal;  que  pegar objetos de repartições públicas  (mesmo que seja um clips) e levar para a casa é algo correto;  que não é necessário zelar pela escola pública porque é de todos; que não aprende a preservar o meio ambiente porque não é um espaço privado, etc, certamente serão péssimos governantes. Daí a importância de se pensar seriamente nas questões políticas a partir dos nossos lares.

Nos últimos dez anos, em decorrência da acelerada degradação do meio ambiente e das ameaças em relação ao uso da água potável; das denúncias de corrupção e da ação da polícia na caça aos desonestos e da proposta educacional de inclusão social e dos temas transversais na educação, acompanhamos um “despertamento” de muitas pessoas e o interesse e participação em questões mais coletivas, por meio de abaixo- assinados, de campanhas educativas, etc, mas ainda é pouco diante dos desafios que exigem a  participação política. Para uma formação mais sólida, é interessante educar os filhos na fé cristã e na perspectiva de cidadãos conhecedores de seus direitos e deveres, engajados na luta por uma sociedade mais justa.

               Aproveitando as reflexões propostas pela  Semana Nacional da Família, poderíamos conhecer melhor como funcionam os órgãos responsáveis pela política em nosso meio. Por exemplo, na cidade de Rondonópolis-MT foi criada a Lei Municipal    4.005 ,  de  25 de agosto de  2003, que institui a Semana Municipal da família a ser comemorada sempre do 2º ao 3º domingo do mês de agosto.  Para efeito desta lei, deverá o Executivo Municipal mobilizar suas secretarias, bem como convidar para parceria: a câmara municipal, a imprensa, as escolas, as igrejas, as empresas, os clubes de serviço entidades em geral, a fim de que todos possam, de forma articulada, colaborar para o bom êxito deste projeto.

          Como família, qual tem sido o nosso papel na história de nossa cidade? O que temos feito para melhorar a nossa cidade? Reclamamos de uma série de problemas, mas o que temos feito para ajudar a solucioná-los? Um bom começo seria dedicar parte do tempo para conversarmos sobre esse tema em nossos lares, lembrando que os princípios básicos que aprendemos na família repercutem em toda a sociedade, como dizia um antigo ditado popular: “o costume de casa vai à praça”.

        Que nós possamos, como famílias comprometidas, participar ativamente da vida política, econômica, cultural, religiosa  e social de nossa cidade, especialmente no que se refere à nossa própria formação e à  formação de nossos filhos, pois como canta Geraldo Vandré “quem sabe faz a hora/ não espera acontecer”. A hora é agora... Pense nisso.

                                                                           

FAMÍLIA E REENGENHARIA : UM CASO URGENTE


FAMÍLIA E REENGENHARIA : UM CASO   URGENTE

Aldo, Almir, Ana Cláudia, Antônio,
                                      Elma e  Lindinalva
                                       Equipe Base Sagrada Família

 

Conta uma história nordestina que um casal apaixonado resolveu se casar. O pai da noiva chamou o noivo e lhe disse: meu amigo interessado/ que namora minha filha/ percebo seu interesse/ em formar uma família/  me diz em poucas palavras/ qual é a sua teoria/ para sustentar sua casa/ e mantê-la em harmonia. E para mostrar que não estava brincando, o pai completou: Minha filha foi educada/ seguindo os princípios morais/ de respeitar sua vida / seu lar e também seus pais/ ela sabe que um casamento/ tão fácil não se desfaz/ e que compromisso com Deus/ não se acaba jamais.   O noivo teria ficado muito triste porque não estava preparado para assumir tão grande compromisso. Assim deveria ser nas nossas famílias.

Da mesma forma que nos preparamos anos a fio para prestar um vestibular para o curso desejado, deveríamos nos preparar para assumir a construção de uma família. Muitas famílias começam “em qualquer de repente”, como diz padre Zezinho. Muitos jovens começam a namorar, passam a morar juntos, recebem uma criança que muitas vezes nem foi desejada, mas fruto de um descuido e assim, sem o menor preparo começam uma aventura que em grande parte não tem um bom desfecho: pais que não se amam, filhos mal amados, desestruturação familiar. Por conseqüência, problemas com drogas, vícios, prostituição, etc, invadem muitos lares e geram violência, medo, desagregação, mortes.

    É preciso uma reengenharia, um repensar de valores nas famílias e um melhor preparo para o enfrentamento de tantos problemas que surgem a cada dia. A educação está sendo terceirizada, pois muitos pais não têm tempo para educar seus filhos, para dialogar; não sabem estabelecer limites e dão muita liberdade porque não conseguem convencer os filhos da real importância dos valores cristãos e éticos.

Prevalece uma luta constante com os meios de comunicação que distorcem os valores da família, que repassam princípios não cristãos e acabam envolvendo toda a família em programas alienantes, roubando o tempo que deveria ser dedicado ao diálogo. Falta respeito por parte de pais e membros da família na maneira de falar e nas atitudes que muitas vezes reproduzem o que se vê na televisão. 

É necessário ter tempo  para planejar, para sonhar e para viver em família. Uma família que planeja os momentos de trabalho, de oração, de reformas, de lazer, certamente conseguirá se destacar e ser feliz. Vale a pena investir em planejamento familiar, não apenas no que se refere ao número de filhos, mas no planejamento que inclui como item principal, a felicidade e o bem estar de todos os membros da família. Descobrir os sonhos de cada um, rezar uns pelos outros, experimentar momentos de partilha, mesmo que seja no preparo de um almoço, numa pequena reforma, numa brincadeira, etc.

Vivemos muito armados, muito isolados. Às vezes a família está toda em casa, mas cada um num lugar, ou quando juntos, na frente da televisão, apenas ouvindo o que é repassado, sem chance de conversar, pois os programas da televisão e a internet  são mais importantes.

Valores fundamentais como o diálogo familiar são cada vez mais banalizados.  Grande parte das conversas diz respeito aos outros, aos atores globais, a fofocas, mas falamos pouco de nós mesmos. Muitas vezes temos vergonha de abraçar e beijar os filhos, de lhes dizer que os amamos, de partilhar nossas alegrias e fraquezas, de convidá-los para uma oração em família e assim nos envolvemos num emaranhado de banalidades e perdemos a chance de construir um lar mais feliz.

É preciso viver com mais alegria, fazer da vida um eterno riso e  espalhar  amor por onde passarmos, pois só assim conseguiremos construir um mundo melhor. Tente uma reengenharia em seu lar hoje mesmo: abrace seus familiares, externe seu amor, faça um elogio, reze em família. Amanhã poderá ser muito tarde...