FAMÍLIA E REENGENHARIA : UM CASO URGENTE
Elma
e Lindinalva
Equipe Base Sagrada Família
Conta uma história
nordestina que um casal apaixonado resolveu se casar. O pai da noiva chamou o
noivo e lhe disse: meu amigo interessado/ que namora minha filha/ percebo seu
interesse/ em formar uma família/ me diz
em poucas palavras/ qual é a sua teoria/ para sustentar sua casa/ e mantê-la em harmonia. E para
mostrar que não estava brincando, o pai completou: Minha filha foi educada/ seguindo os princípios morais/ de respeitar
sua vida / seu lar e também seus pais/ ela sabe que um casamento/ tão fácil não
se desfaz/ e que compromisso com Deus/ não se acaba jamais. O noivo teria ficado muito triste porque não
estava preparado para assumir tão grande compromisso. Assim deveria ser nas
nossas famílias.
Da mesma forma que nos
preparamos anos a fio para prestar um vestibular para o curso desejado,
deveríamos nos preparar para assumir a construção de uma família. Muitas
famílias começam “em qualquer de repente”, como diz padre Zezinho. Muitos
jovens começam a namorar, passam a morar juntos, recebem uma criança que muitas
vezes nem foi desejada, mas fruto de um descuido e assim, sem o menor preparo
começam uma aventura que em grande parte não tem um bom desfecho: pais que não
se amam, filhos mal amados, desestruturação familiar. Por conseqüência,
problemas com drogas, vícios, prostituição, etc, invadem muitos lares e geram
violência, medo, desagregação, mortes.
É preciso uma reengenharia, um repensar de
valores nas famílias e um melhor preparo para o enfrentamento de tantos
problemas que surgem a cada dia. A educação está sendo terceirizada, pois
muitos pais não têm tempo para educar seus filhos, para dialogar; não sabem
estabelecer limites e dão muita liberdade porque não conseguem convencer os
filhos da real importância dos valores cristãos e éticos.
Prevalece uma luta
constante com os meios de comunicação que distorcem os valores da família, que
repassam princípios não cristãos e acabam envolvendo toda a família em
programas alienantes, roubando o tempo que deveria ser dedicado ao diálogo.
Falta respeito por parte de pais e membros da família na maneira de falar e nas
atitudes que muitas vezes reproduzem o que se vê na televisão.
É necessário ter tempo para planejar, para sonhar e para viver em
família. Uma família que planeja os momentos de trabalho, de oração, de
reformas, de lazer, certamente conseguirá se destacar e ser feliz. Vale a pena
investir em planejamento familiar, não apenas no que se refere ao número de
filhos, mas no planejamento que inclui como item principal, a felicidade e o
bem estar de todos os membros da família. Descobrir os sonhos de cada um, rezar
uns pelos outros, experimentar momentos de partilha, mesmo que seja no preparo
de um almoço, numa pequena reforma, numa brincadeira, etc.
Vivemos muito armados,
muito isolados. Às vezes a família está toda em casa, mas cada um num lugar, ou
quando juntos, na frente da televisão, apenas ouvindo o que é repassado, sem
chance de conversar, pois os programas da televisão e a internet são mais importantes.
Valores fundamentais como
o diálogo familiar são cada vez mais banalizados. Grande parte das conversas diz respeito aos
outros, aos atores globais, a fofocas, mas falamos pouco de nós mesmos. Muitas
vezes temos vergonha de abraçar e beijar os filhos, de lhes dizer que os
amamos, de partilhar nossas alegrias e fraquezas, de convidá-los para uma
oração em família e assim nos envolvemos num emaranhado de banalidades e
perdemos a chance de construir um lar mais feliz.
É preciso viver com mais
alegria, fazer da vida um eterno riso e
espalhar amor por onde passarmos,
pois só assim conseguiremos construir um mundo melhor. Tente uma reengenharia
em seu lar hoje mesmo: abrace seus familiares, externe seu amor, faça um
elogio, reze em
família. Amanhã poderá ser muito tarde...
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