terça-feira, 24 de junho de 2014

Papa adverte sobre risco de julgar e falar mal dos outros

Quem julga um irmão erra e acabará sendo julgado da mesma forma. Deus é “o único juiz” e quem é julgado poderá contar sempre com a defesa de Jesus, o primeiro defensor. Esta foi a ideia que o Santo Padre Francisco meditou nesta manhã na homilia da Santa Marta.
Usurpador de um lugar e de um papel que não lhe pertence e, ao mesmo tempo, também uma derrota, porque vai acabar sendo vítima de sua falta de misericórdia. Isto é o que acontece com aqueles que julgam um irmão. Fazendo referência ao Evangelho da palha e da trave no olho, o Santo Padre observou que “a pessoa que julga erra, se confunde e acaba derrotada” porque “toma o lugar de Deus, que é o único juiz”. O nome “hipócritas” que Jesus dá várias vezes para os doutores da lei, na verdade, se destina a qualquer pessoa. Também porque – observou  Francisco – quem julga o faz “em seguida”, enquanto que “Deus, para julgar, toma o seu tempo”.
E explicou da seguinte maneira: “quem julga erra, simplesmente porque toma um lugar que não é o seu. Mas não somente erra, também se confunde. Está tão obcecado com o que quer julgar, da pessoa – tão obcecado! – que esse pontinho não lhe deixa dormir. Mas, eu quero tirar essa palha!’… E não percebe a trave que ele tem. Confunde: acredita que a trave seja a palha. Confunde a realidade. Imagina. E quem julga se torna um derrotado, termina mal, porque a mesma medida será usada para julgá-lo. O juiz, que está no lugar errado, porque toma o lugar de Deus, termina derrotado. E qual é a derrota? A de ser julgado com a medida com a qual ele julga”.
Além disso, o Papa recordou que o único que julga é Deus e aqueles que Deus dá o poder de fazê-lo. Dessa forma propôs a atitude de Jesus como exemplo a imitar.
“Jesus, diante do Pai, nunca acusa, pelo contrário: defende! É o primeiro Paráclito. Depois nos envia o segundo, que é o Espírito Santo. Ele é defensor: está na frente do pai para defender-nos das acusações E quem é o acusador? Na Bíblia o demônio, satanás, é chamado de “acusador”. Jesus nos julgará, sim: no fim dos tempos, mas, enquanto isso, intercede…”, afirmou o Papa.
Neste sentido, o Santo Padre quis recordar que quem julga “é um imitador do príncipe do mundo, que sempre vai atrás das pessoas para acusa-las ao Pai”. Por isso, o Papa pediu que o Senhor “nos dê a graça de imitar a Jesus, intercessor, defensor, advogado nosso e dos outros” e “não imitar o outro, que no fim nos destruirá”.
Por fim, o Bispo de Roma indicou que “se queremos seguir o caminho de Jesus, mais que acusadores, devemos ser defensores dos outros diante do Pai. Vejo algo errado com alguém, vou defendê-lo? Não! Mas, cale-se! Vá rezar e defende-lo diante do Pai, como faz Jesus. Reza por ele, mas não o julgue! Porque se o faz, quando você faça algo errado, será julgado”. Por isso, Francisco pediu para lembrar na vida diária que “quando tenhamos vontade de julgar os outros, de falar mal dos outros, há uma maneira de julgar”. (Trad.TS)

segunda-feira, 9 de junho de 2014

Igreja deve surpreender e não ser elemento decorativo

Papa: Igreja deve surpreender e não ser elemento decorativo

Em sua mensagem dedicada à celebração de Pentecostes, o papa Francisco afirmou que a Igreja deve "surpreender" e "não se resignar a ser um elemento decorativo". "É uma igreja que não duvida em ir para fora. Em encontrar com as pessoas, para anunciar a mensagem que lhe foi encomendada, inclusive se essa mensagem molesta e inquieta as consciências", disse Francisco. O pontífice reiterou que se a Igreja está viva "deve sempre surpreender", pois senão "é frágil, doente e dever ser reanimada". A Igreja "nasce universal, aberta, para abraçar o mundo sem capturar, como a coluna da Praça de São Pedro, cujos dois braços se abrem para acolher e não se fecham para prender", acrescentou. Para celebrar a Pentecostes, o papa tinha realizado uma missa nesta manhã na Basílica de São Pedro, e na homilia afirmou que "um cristão sem memória não é um verdadeiro cristão".
"É um homem ou uma mulher prisioneiro do momento, que não sabe fazer um tesouro de sua história, não sabe lê-la e vivê-la como história de salvação", disse.


quarta-feira, 4 de junho de 2014

Amor Conjugal deve imitar o amor de Jesus pela Igreja

O Santo Padre nos lembra que o amor conjugal deve imitar o amor de Jesus pela Igreja

Cidade do Vaticano, 

Francisco falou das características de um autêntico matrimônio cristão durante a homilia desta manhã na Casa Santa Marta. “Fiel, perseverante e fecundo” são as características do amor que Jesus tem pela Igreja, sua Esposa: são também, portanto, as características do casamento cristão.
Quinze casais se encontravam hoje diante do altar, junto com o papa Francisco, para dar graças a Deus pela sua história. Quinze histórias matrimoniais, de família, que começaram há 25, 50 e 60 anos. Foi uma cena insólita na capela da Casa Santa Marta, que deu ao papa a oportunidade de refletir sobre os três pilares que, na visão da fé, devem sustentar o amor conjugal: a fidelidade, a perseverança e a fecundidade.
O modelo de referência, explicou o papa, são os “três amores de Jesus”: pelo Pai, pela Mãe e pela Igreja. “Grande” é o amor de Jesus por esta última, afirmou o papa Francisco. “Jesus se casou com a Igreja por amor”. Ela é “sua esposa: bela, santa, pecadora, mas Ele a ama mesmo assim”, acrescentou Francisco. E a sua forma de amá-la revela as “três características” desse amor.
Francisco declarou: “É um amor fiel, um amor perseverante. Ele não se cansa nunca de amar a sua Igreja. É um amor fecundo. É um amor fiel! Jesus é fiel! São Paulo, em uma das suas cartas, diz: ‘Se tu confessas a Cristo, Ele dará testemunho de ti diante do Pai; se tu renegas a Cristo, Ele também te renegará; se não és fiel a Cristo, Ele permanece fiel, porque não pode renegar a si mesmo!’. A fidelidade é, precisamente, o ser do amor de Jesus. E o amor de Jesus à sua Igreja é fiel. Esta fidelidade é como uma luz para o matrimônio. A fidelidade do amor. Sempre”.
Fiel sempre, mas também incansável na perseverança, precisamente como o amor de Jesus pela sua Esposa. O pontífice explicou que “a vida matrimonial deve ser perseverante, porque, do contrário, o amor não pode seguir em frente. A perseverança no amor, nos momentos bonitos e nos momentos difíceis, quando existem problemas: os problemas com os filhos, os problemas econômicos, os problemas aqui, os problemas ali. Mas o amor persevera, vai em frente, procurando sempre resolver as coisas para salvar a família. Perseverantes: o homem e a mulher se levantam toda manhã e levam a família em frente”.
O terceiro traço comentado pelo Santo Padre foi a “fecundidade”. O amor de Jesus “torna a Igreja fecunda, com novos filhos, batismos, e a Igreja cresce com essa fecundidade nupcial”. Francisco destacou que, em um casamento, esta fecundidade pode às vezes ser colocada à prova, quando os filhos não surgem ou estão doentes. Nestas provações, há casais que “olham para Jesus e, do exemplo de Jesus e da sua Igreja, extraem a força para ser fecundos”. Já do lado oposto, “há coisas que não agradam a Jesus”, como os matrimônios que são estéreis por escolha do casal.
O papa terminou a homilia observando: “[É o caso] desses casamentos que não querem filhos, que querem ficar sem fecundidade, essa cultura do bem-estar que cresceu nos últimos dez anos e que nos convenceu de que ‘é melhor não ter filhos! É melhor! Assim podemos conhecer o mundo, sair de férias, ter uma casa no campo, ficar tranquilos… É melhor, talvez, é mais cômodo, ter um cachorro, dois gatos, e o amor fica para os dois gatos e para o cachorro’. É verdade ou não é? Vocês já viram esses casos? No final da vida, esse casal chega solitário à velhice, com a amargura daquele tipo ruim de solidão. Não é fecundo, não faz o que Jesus faz com a sua Igreja: Ele a faz fecunda”.