VIVER EM FAMÍLIA
Equipe Base Sagrada Família
Hoje em dia, devemos
reconhecer que muitos pais são ausentes e que por isso seus filhos estão fadados
a viver como se fossem órfãos. Filhos que, por sua vez, sentem-se obrigados a
entender o mundo e a si mesmos sozinhos. É preciso abrir os olhos, uma vez que a
sociedade não é mais do que o desenvolvimento da família. Segundo Lacordaire, se o homem sai corrupto da sua família,
corrupto estará na sociedade.
Portanto, a família
cumpre com sua missão quando transmite convicções e valores; educa nas
virtudes; ensina a pensar, a lutar, a amar, a falar com Deus, e a se defender
das influências e agressões externas.
De outro lado, no mundo
cresce assustadoramente a violência, especificamente a violência escolar, onde
alunos agridem e matam professores e colegas. É fato comprovado que a escalada
da violência dos dias atuais está diretamente relacionada com a dissolução da
família.
Sobre o aumento da
violência nas escolas, especialistas em educação concluem que esta se deve em
parte a uma crise de autoridade familiar, onde os pais renunciam a impor
disciplina aos filhos, remetendo-a para os professores.
Para o filósofo espanhol
Savater, os pais continuam a "não querer assumir qualquer
autoridade", preferindo que o pouco tempo que passam com os filhos
"seja alegre" e sem conflitos e empurrando o papel de disciplinar
quase exclusivamente para os professores. No entanto, quando os professores
tentam ter esse papel disciplinador, "são os próprios pais e mães, que não
exerceram anteriormente essa autoridade sobre os filhos, que intentam exercê-la
sobre os professores, numa atitude de confronto”.
Com certeza, quem ama realmente
seus filhos deveria dizer com mais freqüência a palavra não. Alias o
"não" nesse caso, quando dito pela boca de um pai ou uma mãe, deveria
ser sinônimo de amor. Sabe-se que o limite é fundamental para o estabelecimento
do comportamento de segurança da criança e, conseqüentemente, para formação de
um adulto seguro e estável; isto porque é através do limite que os pais deixam
claro para as crianças o que elas podem ou não fazer visando sempre o seu bem
estar.
Nesse contexto, a palavra
de ordem deve ser: cuidemos mais dos
nossos filhos. Carlos Roberto Severo vai mais longe, para ele “deveríamos ser mais pais e mães e menos
seres provedores. Antes de sermos
amigos de nossos filhos, somos pais. E pais distinguem-se dos amigos
exatamente por um detalhe, é deles a responsabilidade de formar cidadãos para a
vida”.
O fato é que hoje as
famílias já não são o que eram antes, se resumem a um núcleo restrito, onde os
pais passam boa parte do tempo fora de casa, e o único meio que muitas crianças
contatam é a televisão, que está sempre em casa. Televisão
que faz a apologia à violência, ao descaramento, ao sexo fácil, a competição
entre quem "transa" mais rápido com o professor, ou quem beijará mais
rapazes e moças no recreio da escola; e o pior de tudo isso, com a conivência
de mães e pais que, para se eximirem das conseqüências, limitam-se a colocar
alguns preservativos na bolsa dos seus filhos.
Sem falar da presença
cada vez maior da Internet em nossos lares que, ao lado da função didática da
pesquisa e do conhecimento, se impõe como arma poderosa em favor da pedofilia,
da pornografia e do crime organizado.
Assim, hoje e sempre,
mesmo lutando contra a maré, se faz necessário que a família seja preservada,
pois ela representa o ecossistema natural para a defesa da vida humana e da
liberdade. Afinal, os maiores e mais profundos valores humanos são
estabelecidos nas relações parentais (pais e filhos), a partir de uma formação
embasada em afeto, responsabilidade, diálogo, perdão
e limites.
Não há duvida, defender a família é defender os planos de
Deus! Deus ama nossas famílias, apesar de tantas feridas e divisões.
Por muitos
anos temos dito para Deus não interferir em nossas escolhas, sair do nosso
governo, de nossas escolas e de nossas vidas.
Depois disso, alguém disse que seria melhor também
não ler mais a Bíblia nas escolas e que os professores e diretores não deveriam
disciplinar nossos filhos quando se comportassem mal.
Aí, alguém sugeriu que deveríamos deixar que nossas
filhas fizessem aborto, se elas assim o quisessem. E nós aceitamos sem ao menos
questionar.
Então, foi dito que deveríamos dar aos nossos
filhos tantas camisinhas, quantas eles quisessem para que eles pudessem se
divertir à vontade. E nós dissemos: “Está bem!”
Então, alguém sugeriu que imprimíssemos revistas
com fotografias de mulheres nuas, e disséssemos que isto é uma coisa sadia e
uma apreciação natural do corpo feminino.
Depois outra pessoa levou isso um passo mais
adiante e publicou fotos de crianças nuas e foi mais além ainda, colocou-as à disposição
da Internet. E nós dissemos: “Está bem, isto é democracia, e eles têm o direito
de ter liberdade de se expressar e fazer isso”.
Agora nós estamos nos perguntando por que nossos
filhos não têm consciência e porque não sabem distinguir o bem e o mal, o certo
e o errado; por que não lhes incomoda matar pessoas estranhas ou seus próprios
colegas de classe ou a si próprios...
Provavelmente, se nós analisarmos seriamente,
iremos facilmente compreender: nós colhemos só aquilo que semeamos!
Assim, semeie vida e colherá vida; semeie amor e colherá amor. Simples, não é?