sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

PROJETO DE DEUS

"EU VIM PARA QUE TODOS TENHA VIDA EM ABUNDÂNCIA" é a frase que melhor exprime o projeto de Jesus. O seu objetivo é que todos tenha vida em abundância, por isso começa com aqueles que menos tem: os pobres. Se todos os pobres tiverem vida em abundância, isto siginifica que não haver ninguem na sociedade que não tenha vida em abundância. Afinal, sempre são os pobres que menos têm vida. Para que todos tenham vida, é preciso que os pobres tembém tenham, porque os ricos e poderosos ja tem para garantir isso. É por isso que Jesus vive e prega entre os pobres. 
Mas alguem pode perguntar: a vida é só questões materiais? E os problemas espirituais? Jesus não definiu o que é vida. Ele ensinou através da sua prática e das suas obras e parabolas. Definição é modo dos "estudados" falarem, estórias e parabolas são o jeito dos pobres. A parabola que melhor representa estas perguntas é a do "juizo final". E a famosa parabola que Jesus nos conta no Evangelho de Mateus (cap.25,31-46) sobre as condições de salvação. Os que deram pão, bebida, roupa, moradia, saúde, liberdade e afeto para os "pequenos" entram no Reino de Deus; os que não deram, ficam de fora. A vida é isto: comida, bebida, liberdade, moradia e afeto. Os pobres sofrem porque não tem estas coisas. E os ricos querem mais dinheiro para ter mais coisas, com isso vivemos em uma sociedade individualizada.

DEUS É PAI

JESUS DE NAZARÉ, resumiu sua proposta como uma "boa nova" para os pobres. Uma "boa nova" deve ser uma coisa boa e nova para os que vão receber o o anúncio, isto é, os pobres. As diversas formas de religião que vimos anteriormente tem em com 3 ideias: a) os pobres são culpados pelo sofrimento deles; b) Deus colocou estes sofrimentos como condição necessária para a salvação; c) por fim, o sofrimento vai continuar e deve ser aceito com "amor e paciência". Convenhamos, esta três ideias não são muito nova e muito menos boas para os pobres. Por isso, a "boa nova" de Jesus para os pobres é diferente.
A grande novidade na pregação de Jesus foi a ideia  de que "Deus é Pai", ou melhor, Deus é papai. Ele se preocupa com seus filhos, principalmente com o sofrimento dos mais pequenos. Assim funciona o coração de quem ama.Uma mãe carinhosa ama de forma igual todos os filhos e, por isso, se preocupa mais com aquele que esta sofrendo mais. Porque ela quer que todos vivam bem. Para  expressar esta nova imagem de Deus, Jesus chamou de papai, São João disse que "Deus é Amor" e o papa João Paulo I nos ensinou que "Deus é Mãe".
Um Deus que é papai não exige sacrifícios e mortes de seus filhos. Ele é misericordioso, capaz de perdoar infinitamente. O seu grande desejo é que os seus  filhos vivam fraternalmente, sem que alguns explorem e matem outros para viver suntuosamente. Ele não pode ficar indiferente ao legitimar uma sociedade em que uma pequena minoria explora uma grande maioria para usufruir de uma vida de extravagancia. Deus não pode ficar indiferente ao sofrimento do trabalhador que planta e não pode comer, daquele que constrói e não tem onde morar. O anuncio do Deus que quer dar condições de vida para os pobres e não os considera culpados da sua miséria é uma grande "boa Nova" para os pobres.

NATAL HOJE E SEMPRE

NATAL HOJE E SEMPRE!
                                                          Dom Fernando Arêas Rifan*                  
“Transcorridos muitos séculos desde que Deus criou o mundo e fez o homem  à sua imagem; - séculos depois de haver cessado o dilúvio, quando o Altíssimo fez resplandecer o arco-íris, sinal de aliança e de paz; - vinte e um séculos depois do nascimento de Abraão, nosso pai; - treze séculos depois da saída de Israel do Egito, sob a guia de Moisés; - cerca de mil anos depois da unção de Davi, como rei de Israel; - na septuagésima quinta semana da profecia de Daniel; - na nonagésima quarta Olimpíada de Atenas; - no ano 752 da fundação de Roma; - no ano 538 do edito de Ciro, autorizando a volta do exílio e a reconstrução de Jerusalém; - no quadragésimo segundo ano do império de César Otaviano Augusto, enquanto reinava a paz sobre a terra, na sexta idade do mundo: JESUS CRISTO DEUS ETERNO E FILHO DO ETERNO PAI, querendo santificar o mundo com a sua vinda, foi concebido por obra do Espírito Santo e se fez homem; transcorridos nove meses, nasceu da Virgem Maria, em Belém de Judá. Eis o Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo a natureza humana. Venham, adoremos o Salvador! Ele é Emanuel, Deus Conosco”. Este é o solene anúncio oficial do Natal, feito pela Igreja na primeira Missa da noite de Natal!
            O Natal é a primeira festa litúrgica, o recomeçar do ano religioso, como a nos ensinar que tudo recomeçou ali. O nascimento de Jesus foi o princípio da revelação do grande mistério da Redenção que começava a se realizar e já tinha começado na concepção virginal de Jesus, o novo Adão. Deus queria que o seu projeto para a humanidade fosse reformulado num novo Adão, já que o primeiro Adão havia falhado por não querer se submeter ao seu Senhor, desejando ser o senhor de si mesmo e juiz do bem e do mal. Assim, Deus enviou ao mundo o seu próprio Filho, o Verbo eterno, por quem e com quem havia criado todas as coisas. Esse Verbo se fez carne, incarnou-se no puríssimo seio da Virgem, por obra do Espírito Santo, e começou a ser um de nós, nosso irmão, Jesus. Veio ensinar ao homem como ser servo de Deus. Por isso, sendo Deus, fez-se em tudo semelhante a nós, para que tivéssemos um modelo bem próximo de nós e ao nosso alcance. Jesus é Deus entre nós, o “Emanuel – Deus conosco”. Assim, o Natal traz lições para todas as épocas do ano.
São Francisco de Assis inventou o presépio, a representação iconográfica do nascimento de Jesus, para que refletíssemos nas grandes lições desse maior acontecimento da história da humanidade, seu marco divisor, fonte de inspiração para pintores e místicos.
Que tal se fizéssemos um Natal contínuo, pensando mais no divino Salvador, na sua doutrina, no seu amor, nas virtudes que nos ensinou, unindo-nos mais a ele pela oração e encontro pessoal com ele, imitando o seu exemplo, praticando a caridade, convivendo melhor com nossa família...
Desse modo a mensagem do Natal vai continuar durante todo o Ano Novo, que assim será abençoado e feliz. FELIZ NATAL E ABENÇOADO ANO NOVO!

                   *Bispo da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney