terça-feira, 20 de agosto de 2013

Família, fé e matrimônio

Família, fé e matrimônio

Ana, Juvanês e José  Nunes
MFC. Equipe Sagrada Família
                
Em 1994, no ano internacional da família, a CNBB lançava a Campanha da fraternidade com  tema: “A família como vai?”, pois naquele momento uma das maiores preocupações era justamente a falta de investimentos na formação de famílias cristãs. Passaram quase vinte anos e  a situação agravou-se muito mais... A imagem da família, como “célula básica da sociedade”;   espaço de convivência harmoniosa e de formação de valores; de experiência da solidariedade; de vivência do amor; de aprendizado da partilha, etc, está cada vez mais rara entre nós. Essa imagem da família tem sido, cotidianamente,  bombardeada pelasconstantes separações de casais, por desentendimentos entre pais/ filhos/ irmãos, pelo excessode trabalho, de preocupações, de consumo e de outros fatores que tem intensificado o individualismo nos lares.   
         Esse emaranhado de desencontros é ainda mais acentuado com o excesso de consumismo em nossas vidas e agravado com a dependência em relação ao uso  da televisão, da internet, do celular. Para além dos benefícios que esses meios de comunicação nos proporcionam, há aspectos que precisam ser considerados, para que saibamos utilizá-los sem prejuízo em nosso relacionamento familiar. Investimos tanto no individualismo que, em muitos lares, cada membro da família tem o seu notebook, o seu celular  e até a sua televisão... Nessa perspectiva, estamos sendo educados  para conviver com aparelhos e não com pessoas; estamos perdendo a dimensão humana e caminhando para um mundo virtual, de distanciamento e de competição no qual podemos exercer, com prepotência, o nosso egoísmo e  a nossa individualidade, nos afastando cada vez mais dos valores básicos para a formação de uma sociedade mais justa...
        No bojo dessas mudanças, também o matrimônio tem sido afetado. Diz um ditado popular que “amigado com fé, casado é”,  numa visão que distorce o real sentido do sacramento do matrimônio, pois este une duas pessoas no amor de Deus, diante de Deus e com a graça e a presença de Deus. Receber o sacramento do matrimônio é se colocar na condição de alguém que quer assumir, com responsabilidade, a formação de uma nova família onde exista fé, respeito, serenidade, partilha, aceitação, amor e perdão.
            Nesta Semana Nacional da Família, cremos ser oportuna uma reflexão sobre nossas próprias práticas e sobre o valor que atribuímos ao matrimônio e à família. Na Campanha da fraternidade de 1994, o padre Fábio Bento da Costa conclamava a todos para a aquisição  dos traços de uma família cristã : “convivência amorosa entre pais e filhos, exercício permanente de perdão,  diálogo na Verdade que liberta e educação dos filhos para a justiça e a paz”.  Será que estamos caminhando nessa direção? Ou ainda é muito difícil amar?  perdoar? Conviver? Muitas vezes, sabemos com detalhes, da vida dos artistas das novelas, dos atletas, dos cantores, etc, mas não sabemos quais são os reais sonhos de nossos filhos, do esposo, da esposa, de pessoas que até supomos amar, porque perdemos o hábito de falar sobre nós mesmos... Falamos de tantas coisas- trabalho, moda, clima, conhecimentos científicos, problemas da cidade, inflação, etc, etc, mas não falamos de nós mesmos... Estamos perdendo a capacidade de amar como alguém que se interessa pelo outro, que busca a felicidade do outro... Quantas vezes, oferecemos presentes e mais presentes aos filhos, esposa, esposo, etc, quando eles precisam apenas da nossa companhia, do nosso carinho; de se sentirem amados por nós...  É necessário fazer do nosso matrimônio e da nossa família um exemplo de amor, alicerçado na fé, no respeito com o outro, com os filhos e com amigos para que possamos contribuir na construção de relações mais humanas e mais fraternas.

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