quinta-feira, 13 de junho de 2013

FAMÍLIA OU ILHA DA FANTASIA?


FAMÍLIA OU ILHA DA FANTASIA?

 
                                             Luciana, Flávio, Zélia e William.
                                              Equipe Base MFC Sagrada Família


         Iniciamos essa reflexão com um questionamento:  será que as novas famílias que estão sendo formadas têm consciência da importância do sacramento que estão assumindo? Atualmente a mídia tem banalizado o casamento como se este fosse apenas e tão somente um ato social que pode ser desfeito a qualquer momento, mas que exige enormes gastos para a sua realização, bem na lógica do capitalismo selvagem.
        Há uma competição para a realização da melhor festa por ocasião do casamento, do vestido mais diferente para a noiva, da contratação de profissionais para a realização do evento, enfim, uma excessiva preocupação com a “fantasia” do momento, mas pouco se percebe de preparo dos jovens que se aventuram a assumir o compromisso do matrimônio. Muitas vezes marcam a data do casamento no cartório, no clube, com o cerimonial, mas se esquecem de verificar nas igrejas se há possibilidade de realização do sacramento naquele dia. A bênção de Deus passa para último plano.
        A reflexão sobre a indissolubilidade do casamento como forma de manutenção da própria família não consta nos planos de muitos noivos, e assim muitos casais passam pelo casamento como se fossem a uma festa para ter um dia de príncipe e de princesa, mas logo que as luzes dos flashes se apagam  e aparecem os desafios cotidianos, muitos casamentos são desfeitos.
        Falta a preparação para uma vida a dois, alicerçada no amor, na renúncia, no perdão e na fidelidade. Faltam elementos que eram tão caros para uma boa convivência social até poucos anos: fé, responsabilidade e  compromisso. Há alguns anos, os filhos cresciam vendo a luta dos seus pais para educá-los na perspectiva do compromisso assumido no dia do casamento: “eu te prometo ser fiel, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, amando-te e respeitando-te todos os dias de minha vida”. O compromisso era algo sério e que fortalecia a vida da família como um todo.
         Hoje, o juramento continua o mesmo, no entanto, a falta de responsabilidade é tamanha que por qualquer motivo, se rompe com o compromisso de fidelidade assumido diante de Deus e de muitas pessoas. Hoje se faz um compromisso que amanhã é desfeito com a maior naturalidade e isso é tão cruel que até mesmo pessoas que se dizem cristãs começam a aprovar a separação de casais ao invés de tentar ajudá-los a solucionar seus problemas, orando, colocando as dificuldades na presença misericordiosa de Deus.
        Muitas famílias não vão bem, porque  na ânsia de satisfazer seus caprichos e fantasias se extrapolam no trabalho como forma de conseguir uma vida de aparente sucesso e se destacar na sociedade e se esquecem de si mesmos e de sua família. Muitos deixam de lado a convivência, a educação dos filhos, o amor, a solidariedade, a fraternidade e quando percebem, já deixaram sua família e estão em  busca de  outra família que certamente enfrentará os mesmos problemas. Esse processo  gera um círculo vicioso no qual os filhos são os maiores prejudicados, e o resultado disso pode ser visto claramente nos dias atuais: aumento do uso de drogas, de comunidades alternativas que geram violência e angústia, do número de mortes por separações, enfim, se instaura uma era de insegurança e de medo.
        Na contramão desse processo, muitas famílias buscam se alimentar do amor de Deus e tem conseguido fazer da família um espaço de amor e partilha.  É preciso lembrar que a educação dada pela família, os valores repassados  através dos padrões de ética, de moral e de religiosidade aos filhos  são  fundamentais  para sua formação moral, pois uma criança que cresce num ambiente familiar onde se respira o amor, onde se vivem relações de respeito, aprende a amar com  naturalidade.
       Que nossas vidas possam mostrar à sociedade que as fantasias fazem parte da vida, mas que família não é uma ilha de fantasia, mas um espaço de amor, de partilha e de formação de cidadãos e cidadãs que acreditam que além dos limites materiais, há uma eternidade a ser experimentada  junto a Deus Pai, criador de todas as coisas.

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