BUSQUEMOS “AS COISAS DO ALTO”
Laci e
Olímpio Alvis
Mais uma vez temos a oportunidade de refletir sobre questões que afetam as famílias
e, por extensão, atingem a sociedade
como um todo. A proposta é despertar o gosto pela defesa da família enquanto
célula básica do tecido social que a cada dia parece se tornar mais frágil.
De modo particular, em Rondonópolis-MT, por ocasião da Semana Nacional da
Família proposta pela CNBB, várias atividades são realizadas nas paróquias e
sempre acontece uma Caminhada em favor das famílias, iniciando sempre com a Santa Missa, na praça central da cidade. A exemplo
de anos anteriores a caminhada
percorrerá ruas da região central da cidade como forma de mostrar a importância
da família na construção de uma sociedade mais equilibrada e harmônica, pois
nos últimos anos temos acompanhado uma série de mudanças econômicas e culturais
que afetam diretamente as famílias, especialmente no que se refere aos seus
princípios elementares. O próprio conceito de família foi alterado e hoje se apresenta sob diferentes formas e abriga
variados pontos de vista e modos de viver.
O modelo de família que se pautava no
respeito, no compromisso e na obediência
hoje é por muitas pessoas criticado
e considerado ultrapassado. Em seu lugar, aumenta a cada dia o número de
casamentos que começam e terminam como se fosse apenas um negócio. Famílias que
surgem de modo “provisório”, num processo de “ficar junto até quando for
possível” e que têm provocado uma constante inversão de valores nos lares.
Nesse processo, o excesso de liberdade nas relações e a falta de limites tanto
dos filhos em relação aos pais quanto dos pais em relação aos filhos têm gerado
angústias, problemas e novos desafios na estrutura familiar.
A ressignificação de valores à luz das
coisas humanas tem intensificado um consumismo que desumaniza e faz com que
muitas pessoas, mesmo morando sob um mesmo teto, não se conheçam e vivam em
clima de desconfiança, de competição e desrespeito.
Por outro lado, as famílias que se
descobrem à luz de Deus, buscam as “coisas do alto”, como dizia o padre Léo, e
por isso são capazes de superar as diferenças, de confiar no projeto de Deus em
suas vidas e manter uma relação duradoura, pautada no amor, na obediência e no
respeito mútuo. O amor que “tudo crê, tudo perdoa, tudo espera e tudo
suporta”(I Cor. 13) é uma experiência maravilhosa que precisa ser reinventada
em muitos lares. Faz se necessário redescobrir a alegria do perdão nas relações
cotidianas; substituir a competição pela partilha; a cobrança pelo carinho; a discussão
pelo diálogo; a solidão pelo abraço; enfim, sair da lógica da competição e
assumir a lógica do amor que gera paz e alegria.
Como anunciava o saudoso papa João
Paulo II, “investir na família é construir o futuro”. Não economize elogios,
carinho, abraços, declarações de amor aos que você ama, pois é nas pequenas
coisas que fortalecemos nossas relações de amor e de amizade e podemos caminhar
com mais segurança. Que nós possamos aprender a amar mais, a perdoar mais, a
oferecer mais, pois como dizia São Francisco de Assis, “é dando que se recebe,
é perdoando que se é perdoado e é morrendo que se vive para a vida eterna”.
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