FAMÍLIAS, O MUNDO E O
EVANGELHO
Cido, Dirceu, Flávio e Suely.
Equipe Base MFC Sagrada Família
Quando paramos para
refletir sobre as famílias, nos deparamos com mudanças tão aceleradas que nos
causam espanto. Há menos de trinta anos, a família era vista como um dos
pilares da sociedade na sua constituição de pai, mãe e filhos. Depois começaram
a surgir mulheres com barrigas de aluguel, mulheres com produção independente
de filhos, inseminações de toda natureza, pais que não assumem seus filhos,
famílias formadas por pessoas do mesmo sexo, enfim, uma série de mudanças que
têm provocado uma inversão nos valores da família.
Nas décadas de 70 e 80
predominavam brincadeiras coletivas tais como: jogar peteca, andar de bicicleta
e de carrinho rolimã, fazer piqueniques na beira dos rios (rios de águas
limpas), ouvir música nas radiolas, passear na praça, etc. Formas de lazer que
tinham local e horário estabelecido, mas que eram suficientes para que
adolescentes e jovens se sentissem felizes. A maioria das famílias tinha um
discurso de autoridade que era reforçado pela escola, por meio das aulas de
Educação moral e cívica; Organização social
e política do Brasil e Ensino religioso, o que auxiliava na formação de
princípios sociais e morais e no respeito na relação entre as pessoas.
Contudo, no prenúncio do
novo milênio, uma corrida tecnológica acelerada mostrou a inversão de valores
proposta e imposta pelo capitalismo, numa fase que se assemelha à barbárie: o
individualismo, a insegurança, o desamor, a incredulidade, a desobediência e um
consumismo sem precedentes. Devido a esses fatores, num mundo em que poucos se
tornam cada vez mais ricos e muitos cada vez mais pobres, o medo do espaço
público está cada vez mais intenso.
Para fugir do perigo das
ruas, estamos confinando e alienando
nossos filhos no espaço do lar, numa
super proteção que nós mesmos não concordamos, pois ao ficar em casa, os
filhos se limitam aos jogos de vídeo games ( na maioria violentos); aos
programas de televisão ( que muitas vezes deseducam); a navegar na internet (
que não conhecemos ao certo seus limites, posto que veicula todo tipo de
informação e até incita à violência, à pedofilia, ao uso de drogas, à
prostituição,etc), enfim, acabam ficando
expostos a uma cultura de morte e de desamor que gera tanto perigo quanto o de
estar na rua.
Numa outra dimensão temos
a proposta de uma vida de amor, de harmonia e
de paz, veiculada também pela mídia em vários canais e por várias
igrejas com diferentes denominações religiosas. É uma proposta talvez menos
atraente, num primeiro momento, mas que gera frutos maravilhosos e duradouros e
acima de tudo, as pessoas aprendem a viver em família. E o que é
viver em família? Acreditamos que família não é apenas um grupo de pessoas que
vivem em determinado espaço, mas um grupo de pessoas que fazem de um espaço um
ambiente de partilha, de amor e de amizade, no qual cada um se preocupa com a
felicidade do outro.
O saudoso Padre Miguel
Ortiz dizia nos casamentos que cada um deve se casar não para ser feliz, mas
para fazer o outro feliz e temos testemunhado isso em muitos lares. Talvez o
maior problema hoje é que muitas pessoas pensam apenas em si mesmas, em sua
felicidade e assim não conseguem nem ser felizes, nem possibilitar que os
outros o sejam.
Diz uma parábola chinesa
que o céu é como um monte de arroz rodeado por muitas pessoas, cada uma com
palitos de dois metros de comprimento. Como percebem que não conseguirão
alimentar-se sozinhas, cada uma coloca o arroz na boca de outra pessoa e assim
todos ficam saciados. O inferno é também como um monte de arroz rodeado de
pessoas famintas, com palitos de dois metros de comprimento, mas numa atitude
egoísta, cada uma tenta trazer o arroz para a sua própria boca. O mesmo
acontece em muitos lares... Cada um querendo ser feliz do seu jeito, sem
respeitar e sem se importar com os outros.
Nós do Movimento Familiar
Cristão temos certeza de que o caminho para uma vida tranqüila, com paz e
harmonia, só é possível quando vivenciamos os valores do Evangelho e caminhamos
em sintonia com Jesus e com as pessoas que nos cercam. É caminhar com os pés no
chão e o coração no coração do irmão...
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